Rodrigo Maganhato, conhecido como Rodrigo Manga (Republicanos), é prefeito de Sorocaba (SP) e foi alvo de uma operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira, 10, contra desvios de recursos públicos da saúde. Já conhecido nas redes sociais, ele acumula quase 6 milhões de seguidores em seus perfis, nos quais publica vídeos virais sobre os feitos na cidade.
Natural da cidade onde é chefe do Executivo, ele é graduado em Marketing pela Faculdade Uirapuru desde 2009, e utiliza estratégias para conseguir visibilidade nas produções, como trends e piadas atuais. O político fala de forma chamativa e desconstruída sobre mudar o município. Recentemente, ele afirmou que é pré-candidato à Presidência da República.
Trajetória política
Manga trabalhou no varejo automotivo antes de ingressar na vida pública. Em 2012, aos 32 anos, foi eleito vereador pela primeira vez, com 4.778 votos, sendo reeleito em 2016, com 11.471 votos, a maior votação da história de Sorocaba até então. Entre 2017 e 2018, presidiu a Câmara Municipal.
Em 2020, Rodrigo Manga foi eleito pela primeira vez prefeito da cidade do interior paulista, com 153.228 votos. Além da atuação política, ele relatou sua experiência como dependente químico no livro Governe sua vida e transforme o mundo, escrito por Eduardo Bortolossi e lançado em 2023.
No livro, ele descreve seu envolvimento com drogas e o processo de recuperação. “Comecei experimentando maconha, depois fui para a cocaína e terminei no crack. Foi quando cheguei a gastar todo o valor da venda dos carros que ganhava em drogas…”, afirma em um trecho. Ele relata que esse período trouxe impactos negativos para si e para sua família.
Atualmente, diz que compartilha sua experiência para mostrar que a reabilitação é possível. “Quero poder mostrar que é possível vencer. Quando você usa a sua força, e uma vez longe dos vícios, para fazer o bem, para se dedicar na sua vida profissional, se cuidar, você consegue alcançar patamares que nem imaginava”, afirma.
Decreto para ‘livre trânsito’ da cidade com EUA após posse de Trump
Em 20 de janeiro, Rodrigo Manga anunciou a assinatura de um decreto que estabelece diretrizes para fortalecer laços entre a cidade paulista e os Estados Unidos, logo após Donald Trump ser eleito no país norte-americano.
Na ocasião, o prefeito usou seu Instagram para afirmar que a medida iria garantir “livre trânsito” entre Sorocaba e os EUA, facilitando o intercâmbio de políticos, empresários e estudantes. No entanto, texto legal não aborda isenções, como o visto obrigatório para brasileiros que desejam ingressar no território americano. A decreto se limitava somente à criação de parcerias institucionais.

Ele também convidou oficialmente Trump para visitar Sorocaba e afirmou que o município está preparado para receber os cidadãos norte-americanos interessados em trocar experiências.
“Nós sabemos que aquele país vai viver um momento de grande prosperidade agora com a posse de Trump e nós não queremos perder essa oportunidade”, afirmou Manga.
Operação Copia e Cola
De acordo com a PF, a investigação, que culminou na Operação Copia e Cola, começou em 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma Organização Social (OS) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde na cidade. Ao longo do inquérito, foram identificados depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias, que configuram lavagem de dinheiro.
São cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em 13 cidades, entre elas, Sorocaba, Itu, São Bernardo do Campo, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos e Osasco, além de Vitória da Conquista, na Bahia. A Justiça ainda determinou o sequestro de bens e valores, totalizando R$ 20 milhões e a proibição da Organização Social (OS) investigada de contratar com o poder público. Até o momento, já foram apreendidos dinheiro em espécie, veículos de luxo e armas.
À CNN, o prefeito afirmou que só apreenderam na casa dele o celular e o carro. Ainda segundo a PF, os suspeitos poderão responder, de acordo com suas condutas individualizadas, pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), peculato, contratação direta ilegal e frustração de licitação.