O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de domingo (30) que o plano de tarifas recíprocas que será anunciado nesta quarta-feira (2), batizado por ele de “Dia da Libertação”, incluirá todos os países, e não apenas um grupo reduzido de nações com grandes desequilíbrios comerciais, como especulava o mercado até então. “Você começa com todos os países. Essencialmente, todos os países dos quais estamos falando”, disse Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, segundo relatado pela Reuters.
A sinalização de Trump derruba expectativas de uma aplicação mais seletiva das tarifas e eleva os riscos de uma nova rodada de tensões comerciais globais. O plano do presidente prevê a imposição de tarifas proporcionais às cobradas por outros países sobre produtos americanos, o que, segundo ele, visa proteger a economia dos EUA contra a concorrência considerada desleal.
A ampliação do escopo das tarifas já impacta os mercados financeiros. Os mercados futuros registravam queda no início da manhã, com o Dow Jones Futuro cedendo 0,45%, o S&P 500 Futuro recuando 0,76% e o Nasdaq Futuro com perda de 1,20%.
Já os títulos do Tesouro americano registravam forte valorização, fazendo as taxas recuarem, com investidores fugindo de ativos de risco diante do temor de uma recessão nos EUA. O rendimento dos papéis de dois anos caiu seis pontos-base, para 3,85%, próximo da mínima de seis meses, enquanto o juro dos títulos de 10 anos recuou para 4,20%. “Com o risco de recessão nos EUA, a parte curta e intermediária da curva de juros americana é o melhor abrigo”, avaliou Jamie Niven, gestor da Candriam, à Bloomberg.
“Os rendimentos podem cair abaixo de 4% facilmente, mesmo esta semana”, disse Niven, referindo-se ao título de 10 anos. “Se virmos uma impressão negativa no número de folhas de pagamento, isso dará ao mercado do Tesouro mais espaço para se recuperar, porque o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) está atualmente disposto a olhar além da inflação.”
O iene avançava, enquanto o ouro atingiu uma nova máxima, uma vez que a incerteza em torno das tarifas dos Estados Unidos obscurecia as perspectivas de inflação e crescimento econômico na maior economia do mundo e mantinha os investidores longe de ativos de risco.
Com informações da Reuters