Lula inicia agenda no Japão nesta segunda-feira (23), desembarcando no país asiático com o objetivo de fortalecer parcerias comerciais e diplomáticas na região. O presidente está acompanhado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de uma comitiva composta por ministros e parlamentares, reforçando o peso político da missão. Este movimento demonstra a intenção do governo de diversificar a economia brasileira, principalmente em um contexto de intensas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores parceiros comerciais do Brasil.
Objetivos estratégicos da visita
A viagem de Lula ao Japão é considerada uma oportunidade única de estreitar laços comerciais. O Brasil busca abrir o mercado japonês para a carne bovina, um tema que será discutido em reuniões agendadas. Além disso, a visita possui um caráter simbólico, visto que o presidente será recebido com honras de “primeira categoria”, a mais alta da diplomacia japonesa, incluindo uma audiência com o imperador Naruhito, marcada para terça-feira (25).
A presença de figuras influentes, como os presidentes da Câmara e do Senado, reforça a importância dessa missão, pois eles têm grande poder de decisão sobre as pautas legislativas. Lula pretende discutir temas prioritários para o governo, o que pode auxiliar na reversão da crise de popularidade enfrentada em seu mandato. Recentemente, ele enviou ao Congresso um projeto de lei para isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de um desconto para a faixa de R$ 5 mil a R$ 7 mil mensais, mostrando uma preocupação com a classe média e a recuperação da economia.
Iniciativas recentes do governo
Além das questões de comércio exterior, o governo Lula lançou uma Medida Provisória (MP) que cria uma linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado. Essa MP já gerou considerável interesse, com quase 36 milhões de simulações de pedido de crédito na plataforma lançada pelo governo. Essa medida busca auxiliar em um momento em que muitos brasileiros ainda lidam com os efeitos da crise econômica.
Roteiro na Ásia e a parada no Vietnã
Após a visita ao Japão, a comitiva presidencial seguirá para Hanói, capital do Vietnã, na sexta-feira (28). Em território vietnamita, Lula terá encontros com o presidente Luong Cuong e o primeiro-ministro Pham Minh Chinh. A expectativa é que o Vietnã, um emergente importante, possa ampliar a corrente comercial com o Brasil. Em 2024, os dois países já registraram um intercâmbio comercial de US$ 7,7 bilhões, com um superávit brasileiro de US$ 415 milhões.
O Itamaraty destaca que o Vietnã se consolidou como o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro e que há um potencial significativo para cooperação em setores como café, arroz e eletrônicos. As conversas visam estabelecer uma parceria de nível “estratégico” para aumentar a cooperação e o fluxo comercial entre Brasil e Vietnã.
Desafios da viagem de Lula
A viagem de Lula para a Ásia acontece num momento em que o Brasil quer abrir novos caminhos para vender seus produtos e atrair investimentos. Com a guerra comercial entre Estados Unidos e China causando incertezas, o Brasil vê nas novas parcerias uma chance de diminuir os riscos dessas disputas.
Por isso, a diplomacia econômica do país ganha importância. A volta de Lula ao cenário internacional, buscando acordos com países como Japão e Vietnã, pode ajudar o Brasil a criar novas oportunidades comerciais e se fortalecer no mercado global.
Lula inicia agenda no Japão com foco na economia
Essa viagem não é só uma visita oficial, mas parte de uma estratégia para ajudar na recuperação econômica do país e melhorar suas relações com outras nações.
Da Redação
