Considerado um procedimento de alta complexidade, nenhum hospital público do Estado do Piauí estava apto a realizar uma colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), o que exigia aos pacientes se deslocarem até Teresina, o que gerava transtornos e atrasos no diagnóstico. Até agora.
Mais uma vez o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), sob gestão do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), fez história e realizou a primeira cirurgia de CPRE, em uma paciente de 36 anos, alcançando um marco para a saúde pública piauiense.
“Um procedimento tão complexo como a CPRE, em Parnaíba, é um avanço muito significativo”, enfatiza o Dr. Carlos Teixeira, diretor técnico do HEDA. “Isso garante diagnósticos e tratamentos mais precoces, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias”, acrescenta.
Com a implementação do novo serviço, o hospital passa a oferecer mais oportunidades para a população, além de contribuir para a redução das desigualdades regionais no acesso à saúde pública.
“Estamos fortalecendo a saúde em Parnaíba e em todo o litoral do Piauí”, afirma Wal França, diretora-geral do HEDA. “Nosso foco é garantir que a população tenha acesso aos melhores serviços médicos, sem precisar sair da região”, garante.
Assim, o HEDA vem se tornando referência na descentralização de exames complexos, oferecendo um atendimento mais próximo, eficiente e humanizado em Parnaíba e região.
Como é o procedimento
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é um procedimento médico que combina técnicas de endoscopia e radiologia. Seu objetivo é diagnosticar e tratar condições que afetam os ductos biliares e ductos pancreáticos.
“Um tubo é inserido pela boca do paciente, passando pela garganta, esôfago, estômago e até a segunda porção do duodeno, onde é possível visualizar a papila duodenal”, explica o Dr. Vitor Monteiro, médico especialista em Endoscopia Avançada e responsável pela cirurgia. “Essa região é responsável pela drenagem das secreções biliares e pancreáticas. A partir desse ponto, realizamos o diagnóstico e o tratamento das obstruções”, conclui.
Ainda de acordo com o cirurgião, o procedimento no HEDA utiliza um aparelho de endoscopia de última geração, chamado duodenoscópio, e instrumentos como pinças e extratores para remoção de cálculos biliares. Ao todo, a primeira cirurgia de CPRE durou cerca de 15 minutos e contou com uma equipe de oito profissionais.
A CPRE é indicada para:
• Remoção de cálculos biliares que bloqueiam os ductos;
• Tratamento de estenoses (estreitamentos) nos ductos biliares ou pancreáticos;
• Diagnóstico e tratamento de tumores que causam obstruções;
• Colocação de próteses em casos de obstruções crônicas.