A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje (14) o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa (março de 2021 a abril de 2022) e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro na chapa de 2022.
Braga Netto é alvo do inquérito que investiga o plano de golpe de Estado. A PF também faz buscas na casa do ex-ministro, no Rio de Janeiro. Os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Ele foi preso em Copacabana, no Rio, e ficará sob custódia do Exército, em Brasília. A PF também cumpre dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra “indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas”.
O general da reserva é um dos personagens mais mencionados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe, sendo citado 98 vezes. A investigação resultou no indiciamento de Braga Netto, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 35 acusados.
Braga Netto pode ser condenado a pelo menos 30 anos de prisão. Ele é acusado por três crimes: tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Assessor de Braga Netto, o coronel Peregrino, que guardou plano “Lula não sobe a rampa” também é alvo. Agentes cumprem mandado de busca e apreensão na casa do coronel Peregrino em Brasília. No mês passado, a PF apreendeu o documento golpista na mesa dele, na sede do Partido Liberal, dentro de uma pasta denominada “memórias importantes”.
Investigação aponta Braga Netto como chefe do grupo que planejou a intervenção militar. Ele teria aprovado e financiado um plano para matar o presidente Lula (PT), seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Moraes.
Braga Netto foi ministro de Jair Bolsonaro, que seria o beneficiário final do golpe. O militar também concorreu a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022 e era apontado com um dos aliados mais fiéis.
Advogados do general negam que ele tenha coordenado uma tentativa de golpe. Em nota divulgada na semana passada, a defesa diz que Braga Netto não tratou de um suposto golpe e “muito menos do planejamento para assassinar alguém”.
Da Redação