Receber em vida o reconhecimento de seus pares é um privilégio. Já diziam os romanos há mais de 2,5 mil anos que ‘ser é ser visto’.  

Em vida as pessoas que o/a homenageiam estão a olhar-lhe no rosto, olho nos olhos. As palavras que proferem saem de suas gargantas com o vigor da emoção do momento.

E entram nos ouvidos do/a homenageado(a) que lhe pode mensurar a altura, o timbre, a velocidade com que são pronunciadas.

Há ainda os gestos, os abraços dados, os apertos de mãos sentidos epitelialmente de lada a lado.

Há também as comidas e bebidas, todos os sabores e cheiros que engravidam o paladar. Os olhos captam o redor, cores e movimentos e silhuetas e o burburinho, os aplausos, tudo, tudo chegando ao(à) homenageado(a).

Modéstia à parte já senti isso mais de duas dúzias de vezes, mas dessa vez foi deveras especial.

Estou falando da entrega da Medalha do Mérito Cultural COCHACOR, no dia do Piauí, 19 de outubro próximo passado na Casa do Cantador, Teresina, Piauí. Tive o prazer e a honra de ser homenageado juntamente com a Web designer Allana Vanessa e o médico oftalmologista Ênio Braga.

A COCHACOR – Cordelaria Chapada do Corisco é uma das mais conceituadas do país e sua peleja em prol do cordel atrelada à Casa do Contador (obra do saudoso senhor João Claudino) tem posto não apenas Teresina, mas o Piauí no mapa cultural do País. Seu atual presidente é o também poeta Joames.    

O evento do dia 19 de outubro contou com a presença de cantadores, poetas, dentre eles, dois da APLA – Academia Pedro-segundense de Letras e Artes, Marina Campelo e Humberto Cordeiro.

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Ernâni Getirana (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Pertence às academias APLA e ALVAL, e ao IHGPI. É membro fundador do Coletivo P2, autor de diversos livros, dentre eles “Debaixo da Figueira do Meu Avô”. Escreve para este portal às quintas-feiras.