Desde que os terroristas do Hamas atacaram Israel, há exatamente um ano, Yahya Sinwar — mentor da invasão e agora líder da organização — tem um alvo nas costas. No entanto, até hoje não foi morto, apesar de inúmeros ataques israelenses a locais usados pelos extremistas na Faixa de Gaza.
Nos últimos dias, o jornal britânico The Times divulgou informações que ajudam a explicar como o alvo número 1 de Israel ainda comanda o grupo.
No começo deste ano, tropas israelenses encontraram em Gaza um vídeo. Nas imagens, é visto um homem atravessando um túnel, acompanhado da esposa e segurando uma grande bolsa. Seria Yahya Sinwar.
O terrorista ficou preso em Israel entre 1988 e 2011, quando foi libertado em uma troca de prisioneiros. Ele voltou a ocupar postos importantes na organização desde que retornou para Gaza.
O jornal ouviu o antigo interrogador do Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel) Kobi Michael, que interrogou Sinwar durante cerca de 150 horas.
“Naquela bolsa há cerca de 25 kg de dinamite. Ao redor dele há pelo menos 20 reféns. […] Algumas vezes tivemos a chance de matá-lo, mas se o fizermos, ele matará todos os reféns ao redor dele”, revelou.
Nesta segunda-feira (7), o Canal 12 de Israel noticiou que Yahya Sinwar está vivo e entrou em contato recentemente, por meio de interlocutores, com mediadores do Catar, que tentam um acordo de cessar-fogo entre os israelenses e o Hamas.
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos avaliavam que dificilmente Sinwar sobreviveria por tanto tempo, razão pela qual, segundo a imprensa israelense, faz o terrorista endurecer sua posição e evitar chegar a um acordo para a libertação dos reféns.
Israel calcula que 97 pessoas levadas pelo Hamas há um ano continuam na Faixa de Gaza, mas não se sabe quantos podem ter morrido e quantos ainda estão em cativeiro.
São inexistentes as chances de uma rendição de Sinwar, apelidado de “Açougueiro de Khan Younis” (cidade na Faixa de Gaza), segundo Michael.
“Yahya Sinwar nunca se renderá. […] Ele sonha em permanecer como líder do Hamas em Gaza. Ele está pensando agora no próximo massacre. Aquele homem deve ser morto.”
Sinwar assumiu o posto mais alto no comando do Hamas depois da morte de Ismail Haniyeh, em um ataque a um edifício onde ele estava hospedado em Teerã, capital do Irã, no fim de julho deste ano.