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Justiça concede liberdade à primeira-dama de João Pessoa, investigada por aliciamento e organização criminosa

Prisão foi convertida em medidas cautelares como o uso de monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar noturno

A primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, foi libertada na tarde desta terça-feira, 1°, após decisão da juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral da Paraíba. Lauremília havia sido detida no último sábado, 28, durante uma operação da Polícia Federal, que investiga um esquema de aliciamento violento de eleitores e organização criminosa nas eleições municipais.

 

Além de Lauremília, Tereza Cristina, sua secretária, também estava presa. A juíza revogou a prisão, mas impôs medidas cautelares rigorosas. Entre as restrições, estão a proibição de frequentar determinados bairros, como São José e Alto do Mateus, e de manter contato com outros investigados. Ambas devem cumprir recolhimento domiciliar noturno, entre às 20h e às 6h, e utilizar monitoramento eletrônico.

As detidas estavam na Penitenciária Júlia Maranhão em João Pessoa e deixaram a prisão por volta das 13h. O advogado de defesa, Gustavo Botto, anunciou que o habeas corpus para a revisão das medidas cautelares será mantido e julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB). Na segunda-feira, 30, uma sessão que deveria analisar o caso foi adiada após a redistribuição do relator do processo, o que gerou insatisfação entre os advogados, que pedem urgência na resposta judicial.

A prisão de Lauremília foi autorizada sob alegações de que ela e Tereza Cristina estavam ativamente envolvidas em um plano para manipular os resultados das eleições municipais de 2024 em conjunto com uma facção criminosa chamada Nova Okaida, da região do bairro São José. A juíza destacou que a primeira-dama nomeou pessoas indicadas por criminosos para cargos na administração municipal. Já a secretária teria dado apoio às ações.

Lauremília Lucena é esposa de Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa, que busca a reeleição, mas não é alvo da investigação. Ela enfrenta acusações de peculato, coação eleitoral e constrangimento ilegal.

Nas redes sociais, o candidato celebrou a volta da esposa. “A verdade venceu. Lauremília voltou para o nosso lar, de onde nunca deveria ter sido tirada de forma tão brutal e ilegal. Confio na justiça dos homens e principalmente na justiça de Deus”, escreveu,

Em um desenvolvimento relacionado, a análise do material apreendido na casa de Lauremília foi suspensa devido ao fato de que o endereço também é utilizado pelo prefeito, que possui foro privilegiado. Essa decisão impede que a Polícia Federal realize investigações adicionais até que o TRE-PB se pronuncie.

Trata-se da terceira fase da Operação Território Livre, que já havia prendido outros envolvidos, incluindo a vereadora Raíssa Lacerda, que supostamente liderava um esquema de aliciamento em bairros da cidade. Sua prisão também foi substituída por medidas cautelares.

 

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