O candidato à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), se emocionou ao refletir sobre sua campanha e a possibilidade de desistir da política caso não seja eleito em 2024. Ao final da sabatina promovida pela Folha e UOL, nesta sexta-feira, 13, ele admitiu insatisfação com os resultados das pesquisas eleitorais e declarou que deverá encerrar a trajetória política caso se concretizem.
Durante a sabatina, o apresentador de TV reconheceu que, apesar de seus esforços, não conseguiu cativar o eleitorado da forma esperada. “O que eu reforcei nessas eleições é que eu tentei ajudar as pessoas a votar em mim”, afirmou, antes de chorar. “Até agora eu não consegui, porra. O que eu posso fazer?”, questionou, emocionado.
Baixo desempenho
Datena revelou que os resultados das últimas pesquisas o entristeceram profundamente. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 12 de setembro, ele aparece com 6% das intenções de voto, uma queda de um ponto percentual em relação ao levantamento anterior. Esse resultado o coloca em quinto lugar na disputa, atrás de Tabata Amaral (PSB), que tem 8%, e distante dos líderes Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), com 27%, 25% e 19%, respectivamente.
Ele admitiu que o nervosismo durante a sabatina foi causado pela dor física e pela frustração com os números das pesquisas. “Eu estou com dor de dedo e [dor de] estômago. Terceiro, por causa da pesquisa. É claro que eu não vou sair com seis pontos e comemorar. ‘Oh, que legal!'”, ironizou.
Se não for eleito, ele indicou que esse pode ser o fim de sua carreira política. Contudo, ainda espera ser eleito. “Se eu não for eleito prefeito de São Paulo, pra mim acabou politica. Foi uma boa experiência, espero que seja, espero ser eleito ainda, tenho esperança de ir para o segundo turno”, disse.
“O que eu gostaria de ter sido, vou morrer sem cumprir meu sonho”, lamentou, referindo-se à sua ambição de ser eleito senador.
Pontos fracos
O candidato também foi questionado sobre a viabilidade de algumas propostas em seu plano de governo. “O plano de governo que está lá não é o melhor plano do mundo”, reconheceu. O candidato destacou que foi homologado por último e, por isso, não teve tempo suficiente para aperfeiçoar o projeto. Ele defendeu que o plano de governo deve ser construído em conjunto com a população, afirmando que “não adianta escrever no papel que vou fazer 1 milhão de coisas e não cumprir.”
Entre as propostas de Datena está a polêmica ideia de colocar dois professores em sala de aula nos primeiros anos do Ensino Fundamental, uma promessa que ele admite ser difícil de cumprir. “Está no plano de governo, mas não dá para cumprir, pelo menos na minha gestão.”