As chuvas torrenciais que atingiram a Ásia no mês passado fizeram uma vítima em especial: A Coreia do Norte. Segundo levantamento de agências internacionais do clima, já que os dados enviados pelos norte-coreanos não são confiáveis, mais de 4 mil pessoas teriam morrido e 15 mil ficaram desalojados com os alagamentos. As imagens que chegam mostram um rastro de destruição muito parecido com o que ocorreu no Rio Grande do Sul, no início do ano.
O desastre deixou o ditador furioso. Com o controle total da informação e a imagem quase mitológica de Kim, como ele não salvou o país? Como não salvou o povo? Será que a população se revoltaria?. Para evitar mais perguntas, Kim resolveu dar uma resposta rápida. Logo de cara, ele substituiu o Ministro da segurança pública e os chefes dos comitês provinciais do partido. E alegou que as fortes chuvas não foram sinalizadas antes para ele. Não foi possível construir um plano de ação.
Os funcionários têm uma estrutura simples para trabalhar e, provavelmente, não conseguiram fazer qualquer tipo de previsão. No entanto, isso não conta como argumento. Kim é considerado infalível, mas todos os outros não.
Dias depois, a agência de espionagem da vizinha Coreia do Sul alertou para execuções em massa de membros do partido. A estimativa é de 30 funcionários mortos. Todos seriam ligados ao ministério da segurança.
Não vai ser fácil e nem mesmo rápido reconstruir a região atingida. Na Coréia do Norte, acredita-se que 40 por cento da população sofra de fome, que deverá piorar agora. As execuções dos funcionários não ajudarão em absolutamente nada, mas manterão o medo ativo. Importante lembrar que a Coréia é um país pobre, isolado e carregado de sanções. O que sobra de dinheiro fica para os desejos do ditador de ampliar o programa nuclear e manter a vida de luxo.
Kim Jong-un também está irritado com o número relatado de vítimas, que ele acredita ser muito alto. No seu país, só o que ele diz é verdade.