Um tabu foi quebrado nos Jogos Paralímpicos de Paris. O Brasil está fora da final do futebol de cegos pela primeira vez na história, e deixou a briga pelo hexa. A Argentina venceu a semifinal nos pênaltis por 4 a 3, após o empate sem gols no tempo regulamentar.
Os comandados do técnico Fábio Vasconcelos voltam à quadra no sábado (7), às 12h30 (de Brasília), contra a Colômbia, que perdeu para a França. A final entre os donos da casa e a Argentina será realizada às 15h.
O futebol de cegos estreou nas Paralimpíadas em Atenas-2004 e, desde então, o Brasil venceu as cinco edições, sem ter perdido nem um jogo sequer até aqui. Com o resultado desta tarde, o time segue invicto no tempo normal.
Cada seleção perdeu um pênalti nos três da primeira parte. Na primeira das alternadas, a Argentina perdeu, mas o Brasil também. Eleito melhor do mundo três vezes, Ricardinho acabou desperdiçando a cobrança que colocou os “hermanos” na final.
“Coloquei na cabeça que bateria do jeito que treinei, e bati. Só que foi um detalhe, se ela vai um pouco para dentro, era gol. O goleiro não ia chegar. Chutei forte e alto. Mas o esporte é assim. Quase todo grande jogador, apesar de passar por tantas glórias e, graças a Deus eu passei, tem um dia infeliz. Talvez, o meu tenha sido hoje, e temos de saber lidar. Infelizmente, não consegui empatar”, disse Ricardinho.
“Eles tiveram seus méritos, fizeram um baita jogo. A Argentina marcou muito e também atacou. Eram os melhores times, o campeão paralímpico contra o campeão mundial. Infelizmente, um grande ia ter de cair”, completou.
O jogo
O Brasil teve mais posse de bola e volume no começo da partida, mas pecou um pouco no momento de finalizar as jogadas. Argentina, ao tentar parar os ataques brasileiros, fez quatro faltas rapidamente e ficou pendurada — a partir da quinta, é tiro livre de oito metros, sem formação de barreira.
Em certo momento, o duelo ficou truncado e com os times sem conseguir completar as tramas. Nos minutos finais antes do intervalo, os “hermanos” acordaram, pressionaram e assustaram com alguns chutes perigosos.
Na volta do intervalo, a equipe brasileira encontrou mais dificuldades de trabalhar e chegar ao ataque “inteiro”. A Argentina, por outro lado, conseguiu se impor fisicamente, venceu os duelos e cresceu no jogo — foram duas boas chances em faltas próximas à área.
Uma das chances mais claras do Brasil aconteceu quando Paraná ganhou no meio, avançou e saiu na cara do goleiro German Muleck, mas a bola escapou e ele não conseguiu a finalização da forma esperada. Quando o jogo entrava na reta final, Ricardinho, em cobrança de falta, fez Muleck faz boa defesa.
Os pênaltis
A Argentina abriu as cobranças com Espinillo, que abriu o placar. Maicon empatou para o Brasil.
O goleiro brasileiro Luan defendeu a segunda cobrança da Argentina, de Rios. O goleiro argentino Muleck defendeu a cobrança de Cassio.
Heredia colocou a Argentina na frente do placar novamente. Nonato deixou tudo igual.
Após as três primeiras cobranças, tiveram início as alternadas. Padilla acertou a trave, mas Muleck defendeu a cobrança de Jonathan.
Oliveira fez o terceiro do time azul e branco, e Jardiel empatou para o Brasil.
Fernandez bateu no cantinho e fez o quarto da Argentina. Ricardinho perdeu.