Em 1846 o sociólogo inglês William John Thoms criou o termo ‘folklore’ (de folk=povo + lore=tradição). Podemos dizer, pois, que o folclore é o conjunto de expressões e manifestações que simbolizam a cultura e tem grande importância na identidade de um povo, de uma nação. Sua transmissão é feita através das gerações.
O foclore tem fundamentalmente importância na formação identitária de um povo. Abrange costumes, valores, tradição oral, histórias contadas, crenças e superstições.
Ele surge do cotidiano das pessoas de um determinado grupo social, com o passar do tempo, as cantigas, as estórias, as comidas e bebidas, as festas se espalham e ganham importância simbólica. Assim também as danças, cantigas, rezas e muito mais.
Dessa forma, as manifestações do folclore não têm autoria própria, surgem de ‘forma natural’ entre o povo, não são induzidas por nenhuma instituição, governo, ou algo do gênero.
Claro que o folclore é também uma forma de transmitir conhecimento, valores e normas sociais. Mas ao mesmo tempo preserva a identidade cultural de determinado grupo. É a marca de um grupo social no mundo.
Em cidades do interior do Piauí, ao contrário do que dizem as bem intencionadas más línguas, há manifestações folclóricas mesmo nesses tempos interneteiros e celulazeiros.
As festas Juninas, Cavalo Piancó, Nun se Pode, Bumba-Meu-Boi, Cabeça de Cuia, Sereira do Pirapora e por aí vai, permanecem existindo no tempo e no espaço, no coração de nosso povo. Não podem morrer jamais.
Gostaria, no dia do folcore, de prestar uma singela homenagem ao meu amigo mestre Raimundo Milu, por manter há tanto tempo acesa a chama do Boi dos Caretas (Bumba-Meu-Boi) no município piauiense de Pedro II. Vida longa, mestre!
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Autor dentre outros do livro ‘Lendas da Cidade de Pedro II’. Faz parte da ALVAL, APLA e do IHGPI (Instituto Histórico e Geográfico do Piauí). Membro fundador do Coletivo P2. Escreve às quintas-feiras para esta coluna.