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Lula diz que não reconhece vitória de Maduro e defende novas eleições

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira (15), que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela e sugeriu a possibilidade de novas eleições.

 

Maduro anunciou sucesso na reeleição após um resultado controverso, contestado pela oposição e pela ONU (Organização das Nações Unidas). O ditador venezuelano demorou para divulgar as atas eleitorais, entregues ao TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) do país, por alegar hackeamento do sistema durante a apuração.

Lula disse que só reconhecerá a vitória do aliado após o fim da investigação pela Sala Eleitoral do TSJ venezuelano. “Ainda não [reconheço a vitória de Maduro]. Ele sabe que está devendo umas explicações para a sociedade, para o mundo. Ele sabe disso”, disse Lula, em entrevista a uma rádio do Paraná.

“Eu quero o resultado, se tiver, vamos tratar [de reconhecer]”, disse Lula. “Tem que apresentar os dados, por algo confiável, o Conselho Nacional [Eleitoral], que tem gente da oposição, poderia ser [o fiador], mas ele mandou pra Suprema Corte dele. Não posso julgar a Justiça de outro país.”

Lula disse que o resultado foi apresentado por Maduro entre “confusões”. “O que eu que quero que as pessoas respeitem o que acontece nesse país? Disse que era importante que a gente tenha alguém para analisar as atas das eleições”, afirmou Lula. “Não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, quero resultados.”

O Brasil tem sido o principal mediador internacional da disputa. Lula tem conversado com diversos países e formou uma frente com a Colômbia para tentar chegar a uma solução pacífica. Ele conversou ontem com o presidente Gustavo Petro sobre o assunto.

Apesar das sugestões, Lula disse estar tratando o caso com cautela. “Não é fácil e bom que um presidente da República de um país dê palpite sobre o presidente e a política de outro país. Tenho relação com a Venezuela desde 2003, quando tomei posse na primeira vez, e ficou deteriorada porque a situação política lá esta ficando deteriorada”, declarou.

“O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Se ele tiver bom senso, ele poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo e deixar que entre olheiros do mundo inteiro. O que eu não posso é ser precipitado e tomar uma decisão”, destaca.

Da Redação

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