O Irã rejeitou os apelos feitos por potências ocidentais para que haja uma desescalada da tensão no Oriente Médio, elevando o temor de que um ataque seja iminente. A única forma de impedir uma escalada militar e evitar um ataque, segundo Teerã, seria se Israel aceitasse um cessar-fogo imediata em Gaza.
Se houver qualquer tipo de interpretação de que o governo de Benjamin Netanyahu está tentando ganhar tempo com a negociação ou agindo de má-fé, os iranianos seguiriam o plano da retaliação.
Enquanto isso, na tarde desta terça-feira, dois foguetes foram disparados de Gaza, com explosões sendo ouvidas. Um deles caiu no mar e outro não atravessou o território israelense. O Hamas explicou que tinha como alvo a cidade de Tel Aviv.
Numa ligação telefônica na segunda-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez um apelo direto ao novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, para que faça todo o possível para evitar uma nova escalada militar.
Horas depois, as principais potências ocidentais se uniram em outro comunicado, alertando o Irã sobre as consequências que uma retaliação causaria. Para o grupo, a região precisa insistir em negociar um acordo de cessar-fogo em Gaza e liberar os reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
Na tarde da segunda-feira, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Keir Starmer, também telefonou para Pezeshkian, na esperança de convencê-lo a diminuir as tensões no Oriente Médio e alertando sobre os “riscos de um erro de cálculo”.
Mesmo russos e chineses, aliados dos iranianos, indicaram sua preocupação com o cenário que se desenhava na região.
Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que o apelo de europeus e americanos “carece de lógica política, contradiz o direito internacional e constitui num apoio prático e público aos atos de Israel”.
O país, portanto, teria o direito de responder a um “crime de agressão”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, ainda afirmou que “sem qualquer objeção aos crimes do regime sionista (Israel), a declaração (dos países Ocidentais) impudentemente exige que o Irã não responda a uma violação de sua soberania e integridade territorial”.
Kanaani disse que Teerã estava determinado a deter Israel e pediu a Paris, Berlim e Londres que “de uma vez por todas se posicionassem contra a guerra em Gaza e o belicismo de Israel”.
“A inação do Conselho de Segurança da ONU e o amplo apoio político e militar dos governos ocidentais ao regime sionista (Israel) são os principais fatores por trás da expansão regional da crise de Gaza”, disse ele.
Com informações da Reuters