Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Lava Jato, foi condenado a dez meses de prisão pelo 3º Juizado Especial Criminal de Brasília por calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A sentença foi baseada em falsas acusações feitas por Delgatti durante depoimento na CPI do 8 de Janeiro, em que mencionou um suposto grampo ilegal.
A defesa de Bolsonaro alegou que Delgatti mentiu ao citar o ex-presidente em um suposto grampo ilegal do ministro Alexandre de Moraes. O juiz Omar Dantas Lima concluiu que as provas apresentadas durante o processo confirmaram a materialidade e a autoria do crime de calúnia contra Bolsonaro.
O magistrado considerou que Delgatti fez a falsa imputação intencionalmente em um contexto público de alta visibilidade. Além da pena de prisão, Delgatti também foi condenado a pagar os custos do processo.
Atualmente, Delgatti está preso em Araraquara (SP) por outro caso, relacionado a uma investigação sobre tentativa de invasão ao sistema do Poder Judiciário. Ele ganhou notoriedade em 2019 ao admitir a invasão aos celulares de procuradores do MPF e do então juiz Sergio Moro, todos envolvidos na Operação Lava Jato.
No ano passado, Delgatti foi condenado a 20 anos e um mês de prisão em outro processo, relacionado à Operação Spoofing, deflagrada em 2019 para apurar o vazamento de diálogos de procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato.