O Brasil vai arcar com a metade dos custos administrativos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, algo em torno de US$ 9 milhões a US$ 10 milhões até 2030. A plataforma proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula do G20 em Nova Delhi, no ano passado, vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais.
“Há uma decisão para o Brasil colaborar financeiramente com metade do valor previsto para a governança da Aliança até 2030, o que envolve o acompanhamento das metas e o trabalho de outros países”, disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias.
Segundo o ministro, os custos administrativos, com secretariado e estrutura burocrática da plataforma, devem custar de US$ 18 milhões a US$ 20 milhões.
O restante dos recursos, relatou o ministro, virão de países como a Noruega e demais governos dispostos a colaborar. “O Brasil também vai colaborar com conhecimento. Temos Embrapa, Fiocruz, o próprio ministério de Desenvolvimento Social. Todas as experiências do Brasil também serão disponibilizadas”, disse Dias.
Questionado sobre quais programas brasileiros estarão na cesta oferecida à Aliança, Dias citou programas de transferência de renda, alimentação escolar, agricultura familiar, e o Cadastro Único. “Dos outros países, há experiências muito boas na área de qualificação de jovens, qualificação de adultos e, ainda, apoio ao empreendedorismo”, disse.
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
Lula lançou, pré-oficialmente, a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, no âmbito do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. A partir dessa data, os países e instituições interessadas vão poder aderir à iniciativa. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é de que Brasil e Bangladesh sejam os primeiros integrantes.
O processo de adesão se dá até novembro. A partir daí, os países e as instituições interessadas ainda poderão se inscrever, mas não serão considerados membros fundadores. A reportagem apurou, também, que o G20 foi usado como a plataforma impulsionadora da aliança, mas após o lançamento formal na cúpula do grupo, em novembro, a iniciativa vai operar de forma independente, como plataforma global autônoma.