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Debate: Trump e Biden divergem sobre economia americana e Afeganistão

Em um enfrentamento com uma série de ineditismos e que durou cerca de 1h40, os dois adversários se dedicaram a criticar os governos alheios, principalmente em pontos como imigração, guerra e economia — esta foi a primeira vez que um presidente e um ex-presidente ficam cara a cara em um debate eleitoral nos EUA.

 

Trump, mais assertivo apesar de uma série de afirmações falsas, disse que Biden foi o pior presidente da história. Também deu uma resposta elusiva sobre se aceitará o resultado das eleições.

Já Biden investiu em tocar em pontos sensíveis para Trump, como sua condenação, mas não conseguiu rebater as críticas do rival. O presidente, que segundo fontes próximas a ele estava resfriado, acabou perdendo o embate, segundo avaliação da imprensa local.

Neste ano, a rede norte-americana CNN, que realiza o debate, também impôs regras pela primeira vez (leia mais abaixo).

As eleições para presidente nos Estados Unidos acontecem em 5 de novembro. Joe Biden tenta a reeleição, enquanto Donald Trump quer voltar à Casa Branca — ele presidiu os EUA de 2017 a 2021 e perdeu as últimas eleições para Biden.

As pesquisas de opinião mais recentes mostram uma ligeira vantagem para Trump.

‘Otário e perdedor’
Biden, que começou o debate em temperatura morna, subiu o tom ao chamar Trump de “otário” e “perdedor”.

O presidente acusou o adversário de já ter chamado veteranos de guerra de “otários e perdedores” e, ao falar de seu filho Beau Biden, que lutou no Iraque e morreu de câncer no cérebro em 2015, disse a Trump:

“Meu filho não é otário. Você é um otário e um perdedor”.
Trump exigiu um pedido de desculpas.

Ataques pessoais
Os dois candidatos também investiram em uma série de ataques pessoais ao longo do debate — o que não costumava ser a estratégia de Biden em debates nas últimas eleições.

Joe Biden chamou Donald Trump de criminoso condenado e o acusou de fazer sexo com a ex-atriz pornô Stormy Daniels — pivô do processo em que Trump foi condenado em maio — enquanto sua então esposa estava grávida. O adversário negou.

Trump, como esperado, citou falhas de memória de Joe Biden e falou de seu filho, Hunter Biden — condenado em junho por mentir sobre uso de crack em um formulário ao comprar armas.

Aborto
Como esperado, o tema do aborto entrou na pauta do debate. Joe Biden voltou a prometer restaurar, caso reeleito, a lei que garantia o acesso universal ao aborto nos EUA, a chamada Roe contra Wade, derrubata pela Suprema Corte dos EUA em 2022. Não especificou, no entanto, como fará isso — é provável que ele enfrente forte resistência da ala conservadora do Congresso.

Já Trump garantiu que não proibirá o acesso às pílulas abortivas, mas acusou Biden a incentivar “abortos que são feitos aos nove meses de gestação”.

Resultado das eleições
Questionado sobre se aceitará resultado das eleições, Trump — que é julgado por tentar reverter o resultado do pleito de 2020 — tentou desviar da questão. Pressionado pela apresentadora do debate, respondeu então que, “sem dúvida, vou aceitar o resultado das eleições se o resultado for justo e legal”.

Biden, ao receber o direito de fala, disse duvidar de que Trump aceitaria esse resultado, “porque você um reclamão”.

‘Um palestino ruim’
Ao debater a guerra em Israel, Trump acusou Biden de não ter pulso firme na guerra entre Israel e Hamas e chamou o presidente de um “palestino ruim”.

Trump disse ainda que vai terminar a guerra na Ucrânia antes mesmo de tomar posse, caso eleito.

Estratégias
Como previsto, Trump investiu em ataques nos pontos fracos do atual governo de Biden, como o recorde de entrada de imigrantes nos EUA, os períodos de inflação alta e o prolongamento das guerras na Ucrânia e em Israel.

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Redação
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