Na quarta-feira, 19 de junho, Chico Buarque completou 80 anos. A data foi lembrada nos principais telejornais. Trechos de canções encerraram alguns programas. A mídia prestou homenagens ao cantor e compositor.
A comemoração do aniversário foi longe do Brasil: um jantar em família em Paris. O artista carioca radicou-se na Île Saint-Louis, uma das duas ilhas no meio do rio Sena. A outra, vizinha, é a Île de la Cité.
Antes usada para armazenar madeira, a Saint-Louis foi urbanizada a partir do século XVII, quando famílias ricas decidiram ocupá-la. Hoje, menos de 3 mil moradores privilegiados vivem ali.
São pessoas com alto poder econômico, muitas de famílias aristocráticas, além de imigrantes milionários. Gente elegante e discreta, que gosta de viver em Paris, mas longe dos bairros agitados. Moraram na chamada ‘ilha das mansões’ o escritor Charles Baudelaire, a escultora Camille Claudel e o presidente da França Georges Pompidou.
Na Saint-Louis não há estação de metrô nem circulação de ônibus. Os poucos carros a circular são de moradores. Os turistas preferem a Île de la Cité, onde fica a Catedral de Notre Dame, restaurantes populares e lojas de souvenires.
Sabe-se que Chico Buarque e sua mulher, a advogada e jurista Carol Proner, gostam de sair de casa para caminhar até o outro lado do Sena, onde está o Marais, um dos bairros mais festivos de Paris, frequentado por artistas e a comunidade LGBT+. Mesmo eventualmente abordado por brasileiros, o artista consegue ter privacidade.
O escritor norte-americano Ernest Hemingway também teve a sorte de morar na capital francesa por alguns anos. “Existem apenas dois lugares no mundo onde se pode viver feliz: em casa e em Paris”, escreveu. Melhor ainda quando os dois espaços coincidem.