Origens dos festivais
Os festivais em sua origem remontam a tempos remotos. Estou falando de Roma e Grécia antigas, mas também estou a falar de Babilônia, Cusco, Machu Picchu e mesmo de cidades bem mais antigas como Ur e Uruk, na Mesopotâmia.
Há festivais de frutas, há festivais de pedras preciosas, de animais, de cinema, de música, de um tudo, como diziam nossas avós.
Na Índia, por exemplo, realizam-se dois importantes festivais: o Diwali e o Holi, o Festival das Cores, em homenagem à divindade Krishna. Mais de dois bilhões de pessoas participam desses festivais.
Duração
Quando os festivais ainda são pequenos, recebem o nome de ‘festa’. Então, por exemplo, assim que a ‘Festa da Ata” de Lagoa de São Francisco crescer um pouco mais poderá vir a chamar-se de “Festival da Ata’.
A duração de um festival também varia. Há alguns que duram semanas. Outros, duram dias. E ainda podem ser fixos (como os que celebram as colheitas) e móveis.
Festejos
Entre as festas e os festivais, há os festejos. Estes são de natureza religiosa. Os fiéis homenageiam um santo padroeiro ou uma santa padroeira e então realizam-se novenas (que duram nove dias) ou trezenas (que duram treze dias).
Na cidade de Pedro II, Piauí, 195 km da capital Teresina, como há duas paróquias, os dois principais festejos são respectivamente o de Nossa Senhora da Conceição e o de São José Operário.
Cada bairro e cada comunidade interiorana, porém, possui seu santo ou santo padroeiro(a) que são comemorados em período fixo do calendário anual. A bem da verdade esses festejos ocorrem nos mais de 5.568 municípios brasileiros e nos dois distritos, o Federal e o de Fernando de Noronha.
O Festival de Inverno de Pedro II
Antecedentes
Pedro II já foi palco de festas e festivais com certa relevância local. Dentre eles, o ‘FEMUPOK – Festival de Música e Poesia Kolping’ – coordenado pelo professor Afonso Getirana nos idos de 1980.
A colunista social Marlene Rodrigues realizou por anos a ‘Festa da Opala’, tornando o Troféu da Opala um item disputado nas noites de gala da festa,
Ainda nos anos 1970 a AUP – Associação dos Universitários de Pedro II costumava realizar festivais de música e poesia durante as férias de julho nas praças da cidade.
Anteriormente, nos anos 1960, 1940, 1930, por exemplo, jovens realizavam saraus e tertúlias e havia a retreta em praça pública (apresentação da banda de música conduzida por Mestre Alessandro).
Muito já se falou, escreveu, sobre o Festival de Inverno de Pedro II. Eu mesmo cheguei a publicar um livro que traz no primeiro capítulo um resumo estendido deste exitoso festival. Porém, a cada vez que nos debruçamos sobre o evento, descobrimos novas vertentes, curiosidades, aspectos, fato que é próprio da pesquisa.
Afamado em todo o estado do Piauí e alhures, o Festival de Inverno de Pedro II chega em 2024 à sua 18ª edição mais consolidado do que nunca. O período pré-festival, sobretudo as duas semanas que antecedem cada edição é o momento em que os preparativos se avolumam. As casas são pintadas, arrumadas, as ruas ganham placas e sinalização horizontal, o comércio se abastece de um tudo.
As três praças principais da cidade, mantêm durante o evento uma programação riquíssima. A Praça Domingos Mourão (Praça da Igreja) exibe o palco secundário no qual se apresentam nomes da música feita no Piaui e local.
A Praça do Recanto fica ao sabor do Jazz. E a Praça Manoel Nogueira Filho (Praça da Bonelle) recebe as atrações nacionais, que desta vez são: Ritchie, Ana Carolina, Ana Cañas, Demônios da Garoa, Ira!, Paulo Ricardo, Maria Gadú e Marcelo Falcão. O festival foi criado em 2004 durante o governo Carlos Braga. [CONTINUA…]
ERNÂNI GETIRANA é professor, poeta e escritor. Escreve às quintas-feiras para esta coluna.