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G7 convida Lula, mas tragédia no RS e eleições podem impedir ida à Itália

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado pelo G7 para participar da cúpula do bloco que ocorre em meados de junho na Itália. Depois de um longo período sem a presença do Brasil nas reuniões de algumas das maiores economias do mundo, 2024 marca o segundo ano consecutivo de um convite ao brasileiro.

 

O Itamaraty confirmou que o convite foi feito ao presidente, porém o governo não informou se Lula estará presente. A crise no Rio Grande do Sul e a campanha para as eleições municipais podem impedir que a viagem ocorra.

Nos anos do governo de Jair Bolsonaro, as diferentes presidências do G7 evitaram fazer convites ao Brasil. Em 2023, em sua volta à reunião, Lula criticou abertamente a atitude das potências ocidentais na guerra na Ucrânia, alertou sobre a desigualdade global e convocou os governos a pensar em uma reforma da ONU e dos organismos financeiros internacionais.

Para 2024, os conflitos armados em Gaza e na Ucrânia estariam no centro do debate, temas em que Lula e alguns dos líderes ocidentais discordam abertamente. Mas, com o objetivo de ver aprovados os seus projetos no G20, negociadores acreditam que a presença de Lula seria importante.

Em 2025, o Brasil será sede da Conferência do Clima da ONU (COP30), e o diálogo com as principais potências será fundamental para o êxito do encontro.

Além do Brasil, será convidado para o G7 o governo indiano de Narendra Modi, que compartilha com a primeira-ministra ultraconservadora Giorgia Meloni uma certa afinidade em sua agenda ideológica. Países africanos também estão na lista.

Viagem para cúpula sobre Ucrânia também é incerta

Na esperança de aproveitar a presença de líderes como Joe Biden, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, o governo da Suíça organizará para os dias seguintes ao G7 uma cúpula para lidar com a guerra na Ucrânia.

Lula também foi convidado. Mas o governo brasileiro insiste que um evento com chefes de Estado e de governo apenas pode ocorrer se houver a inclusão de todos, inclusive de russos.

Sem a participação de Moscou, Lula dificilmente aceitará a proposta para fazer parte da iniciativa.

A meta do encontro é a de fechar uma espécie de acordo entre os líderes, na esperança de abrir um canal de negociação para que o conflito seja concluído.

Mas o temor do governo Lula é de que o encontro sirva apenas para chancelar as propostas de Volodymyr Zelensky, que exige a retirada russa do território ucraniano para que as conversas possam ocorrer.

O governo brasileiro vem afirmando ao longo dos meses que um processo de negociação apenas pode fazer sentido se envolver os russos. Mesmo em conversa com Zelensky, Lula alertou que não existe um acordo de paz “unilateral”.

Ainda em 2023, o presidente russo Vladimir Putin justificou a interlocutores brasileiros que aceitar a proposta de Zelensky seria equivalente a uma capitulação.

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