As polícias civis do Maranhão, Piauí e Ceará deflagraram uma operação contra um grupo que usava imagens de autoridades para aplicar golpes entre os moradores desses estados.
O que aconteceu
Criminosos usavam imagens de agentes públicos, principalmente políticos, para aplicar os golpes. Entre as autoridades que tiveram seus nomes usados pela quadrilha estão o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e o deputado federal Duarte Jr (PSB-MA) — os dois são políticos influentes na região.
Os agentes cumpriram nove mandados de buscas domiciliar em endereços nos três estados. Uma pessoa foi presa no município de Timon (MA) — o suspeito, que não teve a identidade revelada, também foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.
Grupo criminoso solicitava o pagamento de taxas para o suposto envio de apoio e a realização de projetos oficiais às vítimas. Segundo o delegado Guilherme Campelo, da Polícia Civil do Maranhão, para dar credibilidade a farsa, os suspeitos usavam a imagem de nomes conhecidos na região, como Wellington Dias, que foi governador do Piauí por quatro mandatos.
Investigações tiveram início a partir dos relatos das vítimas, explicou Campelo. O delegado informou que, após realizar os pagamentos das taxas cobradas, os supostos projetos não eram iniciados e os suprimentos aos programas municipais não chegavam, o que provocou a desconfiança das vítimas.
Com base nas investigações, o poder judiciário do estado do Ceará expediu as ordens judiciais para serem cumpridas contra os alvos. Os investigadores não informaram quantas pessoas são suspeitas de participar da quadrilha, há quanto tempo eles atuavam, nem a quantidade de municípios e pessoas afetados pelos criminosos.
Nas redes sociais, o deputado federal Duarte Jr repercutiu a operação. O parlamentar disse que esses criminosos “devem estar atrás das grades” e alertou a população para não acreditar em mensagens que condicionam o pagamento para a efetuação de obras a partir de agentes públicos. “Reforçamos o alerta: se receber alguma mensagem suspeita, não realize nenhum depósito e denuncie imediatamente”, disse.
O UOL entrou em contato com a assessoria de Wellington Dias para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.