O presidente Lula (PT) chega ao segundo Dia do Trabalho deste seu terceiro mandato pressionado pela alta na reprovação do governo, em busca de mostrar mais resultados, mas sem novos anúncios para os trabalhadores.
O chefe do Executivo, no entanto, consegue manter apoio das centrais sindicais, que são pilares históricos de apoio. Um dos trunfos do governo será o número positivo de vagas de empregos formais.
Na véspera do feriado, o Ministério do Trabalho divulgou dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostra a criação de 244.315 vagas formais em março, número superior ao do mesmo mês do ano passado.
Os resultados de emprego devem ser um dos pontos abordados no discurso do presidente nesta quarta-feira (1º), ao participar do tradicional ato unificado das centrais sindicais em São Paulo. O evento será realizado na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na zona leste.
A criação de empregos tem sido, desde o início do governo, uma das principais defesas de Lula em suas falas públicas.
Além disso, o chefe do Executivo deve mencionar ainda a lei da igualdade salarial, que busca equiparar salários de homens e mulheres que ocupem a mesma posição, além do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.
essa forma, Lula chega para o evento com números positivos, mas sem anúncios para os trabalhadores, o que frustra o governo. Segundo integrantes da gestão, havia intenção de apresentar algo, mas as propostas não foram fechadas a tempo.
O 1º de Maio do ano passado foi diferente. Lula divulgou na ocasião a nova política de valorização do salário mínimo e também o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda.
O discurso do presidente também teve alta conotação política, com o evento sendo realizado poucos meses depois dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília.
As últimas semanas têm sido marcadas por pressões do presidente a seus ministros por um ritmo mais acelerado de entregas. Pesquisas de aprovação de governo mostram queda nos índices.
Levantamento do Datafolha, divulgado em 21 de março, mostrou que a aprovação da gestão Lula empatou tecnicamente com a sua rejeição: 35% a 33%. No levantamento de dezembro, o placar estava em 38% a 30% —a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Lula disse, em café da manhã com jornalistas na semana passada, não ter esquecido da busca pela queda no preço “da cervejinha e picanha”, uma de suas promessas de campanha em 2022. Disse ainda que ou diminui o preço da comida ou aumenta o salário das pessoas.
Da Redação