Há alguns dias, em Israel, correm rumores de que vários de seus líderes, entre eles Benjamin Netanyahu, serão condenados à prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, acusados de impedir a entrega de ajuda humanitária em Gaza e pela violência excessiva na vingança ao massacre do Hamas, em 7 de outubro. O Hamas também deverá receber alguns mandados de prisão. Mas ninguém será preso, a não ser que desembarque em algum país associado ao TPI.
Hoje, o jornal New York Times confirma os rumores, atribuindo sua informação a cinco membros do governo Netanyahu, não identificados. Mais que prisão, os mandados significam uma “repreensão moral humilhante, especialmente para Israel”, escreve o NYT. O promotor-chefe do tribunal de Haia, Karim Khan, confirma que sua equipe investiga incidentes durante a guerra, mas se negou a “responder a especulações em reportagens da mídia”.
O primeiro-ministro Netanyahu declarou na sexta-feira: “Sob minha liderança, Israel jamais aceitará qualquer tentativa do TPI de minar seu direito inerente de autodefesa. A ameaça de prender os soldados e oficiais da única democracia do Oriente Médio e do único Estado judeu do mundo é ultrajante. Não nos curvaremos a ela”.
Israel e Estados Unidos não aderiram ao TPI, como outros 123 países. Um dos que foram condenados recentemente foi o presidente russo Vladimir Putin, por crimes ocorridos após a invasão da Ucrânia.
Paralelo ao TPI, corre na Corte Internacional de Justiça, também em Haia, um processo aberto pela África do Sul, no qual Israel é acusado de genocídio em Gaza. O foco de um tribunal é em pessoas, e o outro, em estados. Pelos rumores em Israel, os mandados de prisão podem ser expedidos ainda nesta semana.