A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade nesta sexta-feira a resolução que mantém a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil. A nova norma substitui resolução de 2009, e endurece a norma vigente, vedando também a produção, distribuição, armazenamento e transporte dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) em território nacional.
Os DEFs, que englobam os produtos conhecidos como vapes, pods, entre outros, tiveram a importação, a comercialização e a propaganda proibidas no país ainda em 2009 pela agência.
A análise do assunto é feita pela diretoria colegiada do órgão, composta por cinco diretores. O presidente da autarquia e relator do caso, Antonio Barra Torres, os diretores, Danitza Passamai, Daniel Meirelles, Rômison Rodrigues, e Meiruze Freitas votaram pela aprovação.
A minuta aprovada pela diretoria colegiada da autarquia nesta sexta é mais robusta que a norma de 2009, e endurece a proibição já vigente. A resolução anterior proibia a venda, propaganda e importação dos produtos. A minuta amplia a proibição e veda também a produção, armazenamento e transporte desses produtos em território nacional.
Segundo o texto aprovado, devem ser implementadas medidas para reforçar a fiscalização da comercialização do produto, e campanhas publicitárias e educativas sobre os riscos do uso de DEFs para jovens e adolescentes.
Além disso, a norma traz uma definição mais abrangente dos dispositivos, e determina que os DEF’s são qualquer “produto fumígeno cuja geração de emissões é feita com auxílio de um sistema alimentado por eletricidade, bateria ou outra fonte não combustível, que mimetiza o ato de fumar”.
A Anvisa ainda produziu um relatório que avaliou os impactos da liberação dos cigarros eletrônicos em países onde o produto foi regulamentado. Confira abaixo os principais pontos abordados:
Ausência de evidências sobre uso para o fim do tabagismo: organizações de Saúde como a OMS constatam que não existem evidências
científicas sobre a utilização de vapes como auxílio para o fim do tabagismo. Esse é o principal argumento utilizado por defensores da
liberação. Na verdade, relatórios indicam que os produtos podem servir como porta de entrada para o fumo entre os jovens.
Têndencia de aumento do uso entre jovens: pesquisas apontam que países onde os DEFs foram liberados registraram um houve um aumento do fumo entre adolescentes e crianças.
Riscos a longo prazo: também foi destacada a ausência de pesquisas que mostrem resultados concretos sobre os riscos do uso de cigarros eletrônicos a longo prazo.
Política de controle do tabaco: a agência ainda considerou que uma liberação dos DEFs pode trazer um aumento para o consumo de tabaco no país. O Brasil é referência mundial no assunto.
Da Redação