O Estado Islâmico fez nesta sexta-feira (22) em Moscou o primeiro ataque terrorista desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. Ao menos 62 pessoas morreram e 146 foram feridas na ação.
É o maior ataque do tipo na capital do país em 13 anos. Segundo os canais de emergência da prefeitura moscovita, houve tiros e pelo menos duas explosões em torno do Crocus City Hall, uma sala de concerto ao lado de um shopping que fica 20 km a noroeste do Kremlin, o coração da capital russa.
A banda de rock da era soviética Piknik começaria um show no lugar, que tem 6.200 lugares e estava com os ingressos todos vendidos. Segundo o FSB (Serviço Federal de Segurança), um número incerto de atiradores matou os seguranças do local, entrou e começou atirar contra a plateia, que incluía crianças. Depois, explodiram duas bombas, deixando o local em chamas. Eles estão sendo procurados pela polícia.
Em Kiev, o assessor presidencial Mikhailo Podoliak negou qualquer envolvimento da Ucrânia no caso, que tem de todo modo os sinais do modus operandi de grupos terroristas islâmicos que atacaram a capital no passado. A confirmação do Estado islâmico em um canal do Telegram parece ter selado o diagnóstico.
Em redes sociais, imagens chocantes do ataque fizeram lembrar um trauma nacional, a sangrenta tomada de um teatro por terroristas do Cáucaso no começo do governo de Putin, em 2002.
O número de mortos e feridos ainda não é final. Segundo a prefeitura moscovita, cem pessoas foram retiradas do local após o início do ataque, na noite desta sexta, começo da tarde no Brasil.
As imagens disponíveis mostram ao menos três pessoas camufladas atirando contra a plateia do local. Houve um incêndio no teatro, registrado por imagens externas. O governo municipal de Moscou disse que 70 ambulâncias estão agora do lado de fora do ponto do incidente.
“Uma tragédia terrível aconteceu no shopping hoje”, disse no Telegram o prefeito da capital, Serguei Sobianin. Ao menos um helicóptero foi ao local ajudar a combater as chamas, segundo imagens da agência RIA-Novosti.