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Policial penal que assassinou petista em festa de aniversário no PR é demitido

Decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski foi publicada nesta terça-feira, 19

O policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de assassinar o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda em sua festa de aniversário, foi demitido nesta terça-feira, 19. A decisão é do ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski.

 

A demissão de Guaranho se deu por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), instaurado à época do crime, em julho de 2022, para apurar a conduta do agente federal. À época, ele atuava como servidor da penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.

Em nota, a Pasta aponta que o agente federal cometeu infrações como ‘uso de recurso material da repartição em atividade particular’, ‘prática de ato de improbidade administrativa’ e ‘incontinência pública’. 

Na decisão, Lewandowski justificou a punição: “A conduta violenta e ofensiva à vida é incompatível com a moralidade administrativa, além de afrontar gravemente os valores institucionais da atividade policial. Além disso, Guaranho usou sua arma profissional para cometer o crime”.

Família indenizada

A família de Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), vai receber indenização de R$ 1,7 milhão. O acordo foi divulgado pela Advocacia-Geral da União (AGU), no dia 7 de fevereiro. 

A indenização paga pela União considerou, entre outros fatores, que o autor do crime se valeu da condição de agente público para acessar o local da festa e efetuar o disparo utilizando uma arma de propriedade da União.

O pagamento será feito à companheira e aos quatro filhos de Arruda. O valor contempla uma indenização a título de danos morais e pensões. A AGU ainda  informou ainda que, futuramente, deve ingressar com uma ação para cobrar do autor do crime o ressarcimento do valor pago pela União.

Relembre o caso

O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado em sua festa de aniversário de 50 anos, na madrugada 10 de julho de 2022, pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. Arruda fazia uma festa com tema inspirado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um salão na Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf).

No mesmo clube estava o policial penal federal Jorge Guaranho. Segundo a investigada policial, ele  estacionou o carro em frente ao local da celebração e, sem sair do automóvel, discutiu com o petista. Cerca de 20 minutos depois, ele voltou armado e, do lado de fora, disparou dois tiros na direção de Arruda.

Em seguida, invadiu o salão e atirou mais uma vez contra o petista, que já estava caído. Mesmo ferido, Arruda conseguiu reagir e efetuou seis disparos na direção de Guaranho. O guarda municipal morreu pouco depois. 

Após o crime, Guaranho foi agredido com chutes na cabeça. Ele foi hospitalizado e após receber alta foi encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.

O policial penal é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum e irá a júri popular em abril deste ano.

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