Tudo que Robinho e seus advogados não queriam.
O Superior Tribunal de Justiça transmitirá ao vivo, pela Internet, o julgamento do pedido do governo italiano para que o jogador cumpra a pena de nove anos, por estupro coletivo, no Brasil.
O julgamento está marcado para o dia 20, na próxima quarta-feira, às 14 horas.
Robinho foi condenado a nove anos de prisão em 2017, por estupro de uma jovem de origem albanesa, em Milão, em 2013. De acordo com a justiça italiana, ele e outros cinco homens abusaram sexualmente da mulher que estava embriagada.
No dia 19 de janeiro de 2022, Robinho perdeu o último recurso para tentar anular a sentença na Itália.
Ele passou a ser considerado um condenado que estava fora da cadeia. Seu nome está na lista da Interpol. Não pode ir para 195 países, porque seria extraditado para a Itália.
O entrave é que o Brasil não extradita cidadãos que cometam crimes no Exterior.
Houve exceções, de ‘crimes gravíssimos’.
O que não foi o caso de Robinho.
A Itália pediu a extradição.
O ex-jogador, que disputou duas Copas do Mundo pelo Brasil, passou a viver apenas no país.
Mas com uma vida com toda mordomia, que sua importante carreira ofereceu. Jogador do Santos, Real Madrid, Manchester City, Milan, Guangzhou, Atlético Mineiro, Sivasspor e İstanbul Başakşehir. Ele acumulou uma fortuna aproximada de R$ 300 milhões.
Desde a condenação, desfruta seu dia-a-dia no litoral paulista, onde tem uma mansão e um apartamento cinematográfico. Fora fazenda em Avaré. Além de outros vários imóveis e investimentos.
A pressão da opinião pública aumentou com os casos de Daniel Alves, condenado por estupro, e preso, na Espanha e a anulação da condenação por agressão sexual de Cuca, na Suíça.
Robinho e seus advogados queriam que o julgamento decisivo do Superior Tribunal de Justiça fosse feito em sigilo.
Para despertar o mínimo de atenção possível.
Só que não foi esse o desejo do ministro Og Fernandes, que presidirá o julgamento.
Ele quis expor cada detalhe, cada argumentação a favor e contra a prisão no Brasil.
E os votos dos ministros.
A sessão será histórica.
Serão 15 ministros que julgarão a homologação da sentença. Traduzindo: se Robinho terá de cumprir a pena no Brasil. Basta a maioria simples.
A sentença pode ser que não seja dada na quarta-feira.
Basta um dos ministros pedir ‘vista do processo’, uma análise mais profunda do caso. O julgamento poderá ser adiado até em três meses. Aí ocorre a decisão definitiva. No pior dos casos, em junho.
Mas a transmissão do julgamento ao vivo pode fazer com que os ministros evitem o pedido de vista, já que o caso é de conhecimento público há anos.
Em todo caso, Robinho sofreu uma derrota importante.
A transmissão ao vivo para o mundo todo do seu julgamento era a última coisa que desejava.
A possibilidade que possa cumprir nove anos de cadeia no Brasil é enorme.