A capital do Nordeste com menor percentual de homens que se declaram fumantes é Aracaju, com 2,9%, seguida por Teresina, com 2,6%, de acordo com a pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde em 2023. Segundo o cardiologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Fernando Giordano, o Brasil é um país onde o nível de adesão ao tabagismo é baixo, quando comparado ao resto do mundo, e que a conscientização pregada pelos profissionais e órgãos de saúde têm contribuído muito para o esclarecimento da população sobre os malefícios do ato de fumar.
O especialista lembra que o tabagismo é um fator importante do aumento de risco cardiovascular e, por isso, os números devem ser comemorados, mas ressalta outro aspecto relacionado. “Isso aumentou um pouquinho na população jovem, por isso sempre é bom intensificar essa abordagem e falar que existem muitos meios hoje de se tentar largar o tabagismo”, afirma Fernando.
No consultório, sempre que atende um paciente tabagista, o médico lembra dos riscos que o tabaco causa ao sistema cardiovascular; o principal deles é o de infarto e AVC.
“Existem muitos meios hoje de se tentar largar o vício. Hoje temos muitas opções de tratamento. Isso vai, com certeza, prevenir doenças cardiovasculares durante a vida do indivíduo. Vai muito da força de vontade da pessoa, claro, porém hoje existem vários mecanismos que podemos melhorar isso, desde adesivos de nicotina a medicações que diminuem a ansiedade e o desejo de fumar. Em alguns casos, uma avaliação psicológica também é importante”, ressalta o especialista da Hapvida NotreDame Intermédica.
Riscos para homens e mulheres
O tabagismo é a principal causa evitável de doenças e mortes prematuras. Segundo dados do Ministério da Saúde, o crescimento do ato entre mulheres é maior que entre os homens. Além disso, o mito de que o fumo prejudica mais o público masculino do que o feminino já foi derrubado por estudos que apontam prejuízos para ambos os sexos.
O cardiologista explica que para ambos os sexos existem riscos relacionados ao tabagismo. Porém, as mulheres, até chegar na menopausa, têm hormônios que protegem, de certa forma, o sistema cardiovascular. “Quando chega a menopausa, ela perde a função desses hormônios e acaba se igualando o risco cardiovascular ao do homem. Mas o risco de ter um infarto, um AVC, é similar para os dois”, explica.