O Dia Mundial da Obesidade, celebrado no dia 4 de março, foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fornecer uma plataforma onde governos, organizações de saúde, profissionais de saúde, ONGs e indivíduos possam se unir para aumentar a conscientização sobre a obesidade e promover ações para combatê-la.
Trata-se de uma iniciativa global que busca aumentar a conscientização sobre a obesidade, seus riscos para a saúde e as medidas que podem ser adotadas para preveni-la e tratar suas consequências. Além disso, a celebração também é uma maneira de combater o estigma social a respeito do problema. A origem desse dia remonta à necessidade de abordar um dos problemas de saúde pública mais significativos do mundo contemporâneo.
A obesidade é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, geralmente resultante de um desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto de energia. Ela está associada a uma série de complicações de saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, certos tipos de câncer, entre outros.
Por definição feita pela Organização Mundial da Saúde, a obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante em que há o excesso de gordura corporal – quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m² – em quantidades que determine prejuízos à saúde. Atualmente, 22,4% da população adulta brasileira é obesa, segundo dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico 2022).
A partir de tendência individual, a obesidade pode apresentar diversas complicações, como desencadear outras doenças sérias: diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono, alguns tipos de câncer e até mesmo problemas psicológicos por conta do estigma atrelado a estar com sobrepeso.
A obesidade é um dos mais graves problemas de saúde públicos. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade. Conforme a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), no Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Hoje 19,8% dos brasileiros são obesos, com 18,7% dos homens e 20,7% das mulheres.
Portanto, é importante compreender as raízes dessa doença a fim de desmistificar o tratamento da obesidade na sociedade atual, bem como enfrentá-la seguindo o que dizem os especialistas. Pessoas com obesidade são constantemente envergonhadas e culpadas porque muitos – incluindo médicos, formuladores de políticas e outros – não entendem completamente a obesidade, que, como todas as doenças crônicas, tem causas profundas e complexas provenientes de fatores dietéticos, de estilo de vida, genéticos, psicológicos, socioculturais, econômicos e ambientais.
Segundo a nutricionista e professora do curso de nutrição da Uninassau Teresina, Luana Mota, “A obesidade é uma condição de saúde que tem aumentado cada vez mais em todas as faixas etárias, por isso a importância de se combater essa patologia, que está associada ao surgimento de outras doenças, como dislipidemias, doenças cardiovasculares e câncer. Então ao se combater a obesidade também vamos reduzir o risco de outras doenças. Para isso é necessário ter uma alimentação saudável, com um bom estilo de vida, realizar atividades físicas, ter uma relação corpo-mente adequadas, não ter hábitos nocivos como fumar e beber de forma excessiva, todos os pilares precisam ser avaliados para combater a obesidade”, afirma.
As atividades relacionadas ao Dia Mundial da Obesidade incluem campanhas educacionais, eventos de conscientização, divulgação de informações sobre hábitos saudáveis de vida, promoção de atividade física, incentivo a uma alimentação balanceada e apoio às pessoas que lutam contra a obesidade.
O Dia Mundial da Obesidade busca incentivar soluções práticas para ajudar as pessoas a alcançar e manter um peso saudável, realizar tratamento adequado e reverter a crise da obesidade, isso inclui o incentivo a restrição de comercialização de alimentos e bebidas com alto teor de gorduras, açúcar e sal para crianças; tributar bebidas açucaradas e proporcionar melhor acesso a alimentos saudáveis; abrir espaço para caminhadas, ciclismo e recreação seguros nas cidades e ensinar às crianças hábitos saudáveis desde a infância.
“É importante que o portador de obesidade saiba que existem estratégias e equipes para tratarem corretamente a condição. O tratamento deve ser realizado com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, tem como base uma alimentação saudável e atividade física, gerando balanço energético negativo: consumir menos energia do que se gasta, isso previne a pessoa de desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula”, finaliza a professora.
Em última análise, o objetivo do Dia Mundial da Obesidade é ajudar a prevenir a doença, bem como apoiar aqueles que já sofrem com ela, fornecendo informações, recursos e suporte necessários para promover escolhas de estilo de vida mais saudável e reduzir os riscos associados à condição.