No carnaval deste ano em Pernambuco, dezenas de foliões denunciaram terem levado “agulhadas” nas festas no Recife e em Olinda. Eles foram atendidos no Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, na Zona Norte do Recife, onde passaram por protocolos de saúde por causa do risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como hepatite e HIV, vírus causador da Aids.
Confira, abaixo, o que se sabe e o que falta esclarecer sobre os casos:
- Quantas pessoas denunciaram?
- Onde os casos aconteceram?
- O que tinha nas agulhas?
- Por qual procedimento médico as vítimas passaram?
- As vítimas vão precisar voltar ao hospital?
- A polícia está investigando o que aconteceu?
- Já houve casos parecidos em Pernambuco?
Quantas pessoas denunciaram?
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), ao menos 29 pessoas procuraram o Hospital Correia Picanço, que é referência no tratamento de ISTs, entre os dias 9 e 15 de fevereiro. Entre elas, estão 16 mulheres e 13 homens.
Onde os casos aconteceram?
Do total de casos registrados pelo governo de Pernambuco:
- 11 aconteceram no carnaval de Olinda;
- 7 ocorreram no Marco Zero, principal polo de shows da festa na capital pernambucana;
- 6 foram durante o desfile do Galo da Madrugada pelo Centro do Recife, no dia 10 de fevereiro;
- 5 casos não tiveram o local divulgado pela SES.
O que tinha nas agulhas?
Como o ataque é feito de forma rápida, para que a vítima não veja quem fez, não se sabe o que tinha nas agulhas, nem se elas estavam contaminadas com algum vírus.
Por qual procedimento médico as vítimas passaram?
No Hospital Correia Picanço, todas as vítimas foram submetidas ao protocolo de risco de contrair o HIV, . Foi feito atendimento clínico, coleta de exames, prescrição de medicamentos e entrega de Profilaxia Pós-Esposição ao HIV (PEP).
A PEP é uma série de medicamentos que devem ser tomados para evitar que o HIV se instale no organismo após uma situação de risco. São necessárias 28 doses, uma por dia.
As vítimas vão precisar voltar ao hospital?
Sim. De acordo com a SES, todos passarão a ser acompanhados no ambulatório especializado do Hospital Correia Picanço, onde os exames devem ser repetidos com 30 e 90 dias pós-exposição ao risco.
A polícia está investigando o que aconteceu?
O g1 procurou a Polícia Civil para sabe se foi iniciada uma investigação sobre as “agulhadas” durante o carnaval, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Já houve casos parecidos em Pernambuco?
- Em 2020, 215 pessoas denunciaram o mesmo tipo de violência durante o carnaval do estado. Dessas, ao menos 78 pessoas registraram boletim de ocorrência;
- Em 2019, quase 300 pessoas foram vítimas de “agulhadas” no carnaval no Recife e em Olinda. A Polícia Civil divulgou retratos-falados de dois suspeitos, mas ninguém foi preso.