O economista Affonso Celso Pastore morreu aos 84 anos nesta quarta-feira (21), em São Paulo. O ex-presidente do Banco Central estava internado em um hospital particular em São Paulo, e a família não liberou um boletim médico sobre o caso. Pastore é fundador de uma consultoria especializada em análises econômicas nacionais e internacionais, foi assessor de Antônio Delfim Neto no Ministério da Fazenda e coordenador do IPE (Instituto de Pesquisas Econômicas), ligado à USP.
Pastore nasceu na cidade de São Paulo em 19 de junho de 1939. Ele se casou com Maria Cristina Pinott, com quem teve três filhos. Graduado e com doutorado pela USP, começou a vida pública como assessor de Delfim Neto na secretaria de Fazenda do estado de São Paulo.
Ocupou a presidência do BC durante o governo de João Figueiredo, nos últimos anos da ditadura militar. No cargo, participou das negociações sobre a dívida externa brasileira com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em 2021, passou a assessorar o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, então pré-candidato à Presidência da República. Ele era integrante do time de conselheiros de Moro durante o período.
O economista escreveu artigos e livros sobre câmbio e inflação. Durante o terceiro mandato de Lula, criticou a regra fiscal e defendeu o trabalho do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
“Simplesmente estamos discutindo quando o Banco Central vai começar a baixar, quando omitimos o que segura juros em nível alto, que é a política fiscal expansionista”, declarou Pastore durante o IX Seminário Anual de Política Monetária, promovido virtualmente pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) em junho de 2023.