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quarta-feira, novembro 27, 2024
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Netanyahu a Lula: ‘Ultrapassou a linha vermelha’

A comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os atos de Israel em Gaza e a Alemanha nazista abre uma crise diplomática. Neste domingo, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que a comparação de Lula da Silva entre “Israel e Holocausto nazi e a Hitler ultrapassou uma linha vermelha”.

 

O governo de Israel ainda anunciou que irá convocar o embaixador do Brasil em Tel Aviv para se explicar e para uma reprimenda. Trata-se de um ato que, no jargão diplomático, representa uma sinalização clara de insatisfação e de alerta. “Os comentários do presidente brasileiro são vergonhosos e graves”, disse o chanceler Israel Katz.

“Ninguém vai prejudicar o direito de Israel de se defender. Ordenei ao pessoal do Ministério que convocasse o embaixador brasileiro para uma reunião de reprimenda”, diz o chanceler Israel Katz.

A embaixada, que está fechada neste domingo, afirma que não foi ainda informada de nada. A relação entre os dois países vem sofrendo abalos desde o início da guerra.

A trivialização do Holocausto é uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender, critica Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

O Brasil foi um dos países que deu apoio político para a denúncia da África do Sul no Tribunal Penal Internacional, em Haia, contra Israel.

O que Lula falou
Lula deu declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus, afirmou o presidente Lula

Comunidades judaicas repudiam declaração
A Conib (Confederação Israelita Brasil) e a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) repudiaram a comparação feita por Lula.

A Conib afirmou que a comparação ofende a memória das vítimas do Holocausto, assim como seus descendentes, e chamou a posição do governo brasileiro no conflito de extrema e desequilibrada.

Para a Fisesp, posicionamento de Lula é “cada vez mais extremista, tendencioso e dissociado da realidade”. A Federação argumenta que ações de Israel representam “legítima defesa” contra “um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus”.

Em quatro meses de guerra, os bombardeios de Israel na Faixa de Gaza deixaram 28.985 mortos, segundo o grupo extremista Hamas. O dado foi divulgado hoje.

“O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A CONIB pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país”.
Confederação Israelita Brasil, em nota.

“Comparar a legítima defesa do Estado de Israel contra um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade sem fim”, destaca a Federação Israelita do Estado de São Paulo, em nota.

Fonte: Folhapress

 

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