O Governo do Piauí, por meio da Secretaria das Mulheres do Piauí (Sempi), realiza, em diferentes municípios do estado, ações socioeducativas da campanha Carnaval Massa “Só se eu quiser….#Nãoénão”. Os blocos de Carnaval receberam materiais da campanha e 34 cidades estão realizando ações de forma concomitante.
Em Teresina, o Carnaval da Marechal, realizado até esta terça-feira (13), tem equipe psicossocial distribuindo materiais informativos de prevenção à violência doméstica e realizando diálogos com a população sobre a prevenção da violência contra as mulheres, além de reforçar os canais de proteção.
A coordenadora de Saúde da Mulher, Gislândia Gonçalves da Sempi, destaca que o Carnaval Massa é uma forma de lembrar à população de que a diversão combina com respeito. “Quando estamos em eventos festivos, a população tira dúvidas sobre o que é ou não violência e as mulheres passam a ter coragem de romper o ciclo para serem assistidas pela rede de proteção às mulheres do Estado”, frisa a gestora.
Uma das pessoas que participaram da ação do governo, nesse domingo (11), em Teresina, durante o Carnaval da Marechal, foi a técnica em radiologia Yulla Silva. Ela destacou que o adesivo #NãoéNão é importante porque muitas mulheres ainda não estão informadas com relação à importação sexual. “Esses adesivos são pequenas coisas que, no final, são grandiosas porque ajudam bastante, principalmente em festas grandes como essa, onde os homens geralmente se acham mais livres para tocar na mulher mesmo sem ela permitir”, afirmou a foliã.
Outra mulher que também colou o adesivo no corpo foi a assistente comercial Talita Pereira. “Eu acho bastante importante a campanha porque a gente, no Carnaval, fica muito vulnerável. Certos homens chegam achando que podem pegar na gente sem nosso consentimento. E não, a gente está aqui para se divertir. É isso que a gente queria que eles entendessem”, frisou a gerente.
A fisioterapeuta Alana Glícia destacou que o decalque simboliza uma proteção para a mulher e que a campanha também serve para as gerações futuras. “Nós, enquanto mulheres, sabemos que estamos protegidas e sendo conscientizadas em relação a isso. É muito importante não só para a gente, mas para a geração nova, principalmente para as crianças saberem que estão asseguradas e protegidas e sendo conscientizadas de alguma forma”, afirmou a foliã.
A coordenadora da Rede de Atendimento às Mulheres, Andrea Bastos, pontua que é muito importante a mulher saber reconhecer os principais sinais da violência para romper e pedir ajuda, pois não é fácil para algumas mulheres quebrar o silêncio, e o Estado tem feito isso na capital e municípios por meio dos Organismos de Políticas para Mulheres (OPMs), com ações de sensibilização sobre a tema. “Percebemos que as mulheres se sentem mais seguras para se divertir quando há ações como essas”, completa Andrea.
O escrivão de polícia Flávio Henrique Nogueira, da Polícia Civil do Estado, pertencente à Gerência de Operações e Investigações Criminais da Secretaria de Segurança Pública, enfatizou a integração das ações da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Ele explica que há Centro Integrado de Segurança nos eventos com maior número de foliões, com atendimento também especializado à mulher, permitindo que elas registrem a ocorrência de importunação sexual ou qualquer tipo de violência.
Nos municípios que têm Organismos de Políticas para as Mulheres, estão sendo realizadas ações de prevenção à violência doméstica. Além disso, serviços como prevenção às drogas, ISTs e conscientização de trânsito seguro estão ocorrendo para que o Carnaval aconteça com alegria e respeito.
Em Monsenhor Gil, a seleção feminina de futebol participou do Campeonato do Carnaval, no domingo (11), jogando enquanto exibiam as tatuagens removíveis com a mensagem “Não é Não”. As mulheres de Monsenhor Gil entraram em campo empoderadas, mostrando à população presente que o lugar da mulher é onde ela quiser, inclusive, dentro do campo.
Em Dom Inocêncio, alunos da Escola Ailton Gomes de Silva foram instruídos de maneira didática sobre a importância do respeito entre colegas, promovendo uma abordagem humanizada.
A rede de atendimento da Sempi, com o Protocolo “Ei, mermã, não se cale”, atende 24 horas por dia pelo telefone 0800 000 1673. Outros canais de atendimento para mulheres são os números 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 100 (Violação dos Direitos Humanos).
Fonte: CCom