Qualquer bom dicionário de português dirá que o carnaval trata-se de uma festa do Cristianismo ocidental que ocorre antes da estação litúrgica da Quaresma, praticada no Império Romano.
É uma festa que acontece em fevereiro ou início de março. Morfologicamente a palavra ‘carnaval’ significa ‘festa da carne’.
Como espetáculo, envolve tanto o espaço público (praças e avenidas) como o espaço privado (bares e clubes). O sociólogo brasileiro Roberto Da Mattadesenvolve todo um estudo sobre o carnaval e, dentre outras coisas, diz que é no carnaval quando se dá a inversão de valores.
Os foliões põem suas máscaras e revelam suas vontades mais secretas. É também, segundo Da Matta, no carnaval onde o espaço público e o privado se misturariam.
Saudosistas dirão que não se fazem mais carnavais como os de antigamente. Certamente que não. Assim como não se fazem mais automóveis, nem colchões, nem mesmo computadores como os de antigamente.
Mas como a rapaziada nem era nascida antigamente, se diverte a valer, deixando os ‘de antigamente’ com o queixo caído.
Oh, jardineira, por que estás tão triste? Me dá um dinheiro aí? Mamãe eu quero. Eu mato quem roubou minha cueca para fazer pano de prato. Alalaô-ôôôô, mas que calor-ôôôô, de um lado. E do outro, muito funk, axé e o que mais vier.
Serpentina, confete, confere? Pó de arroz, maizena. Loló. Muita cerveja. Beijar até cair no chão. Se beber, não dirija. Se amar, cuidado como os ‘bebês de carnaval’.
O país só começa depois do carnaval e esse ano de 2024, pelo andar da carruagem (ou do corso) o mar não está pra peixe. Portanto, vamos nos divertir nesse carnaval, porque depois é só tranco, trampo e porrada da vida real, pessoal !!!
Contudo, caetaneemos: “Não se esqueça de mim, não se esqueça de mim/, não desapareça/que a chuva tá caindo e quando a chuva começa eu acabo de perder a cabeça…
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é poeta, professor e escritor. É autor de alguns livros, dentre eles “Debaixo da figueira do meu avô”. Escreve para esta coluna sempre às quintas-feiras.