A Polícia Federal (PF) cumpre nesta segunda-feira (29) uma nova operação para apurar suposto espionagem ilegal feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dos alvos é o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Segundo PF, foram autorizados a cumprir mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Bolsonaro e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Na quinta-feira (25), em uma operação relacionada, a PF mirou o deputado Alexandre Ramagem. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do político na Câmara dos Deputados e em outros endereços. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na decisão do ministro, consta relatório da PF que indica uma instrumentalização da Abin sob o comando de Ramagem.
Ramagem chefiou a Abin de julho de 2019 até março de 2022, quando deixou o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara. Depois das buscas, ele negou ter favorecido a família de Bolsonaro durante a sua gestão na agência. Declarou também nunca ter tido acesso às senhas dos sistemas de espionagem supostamente usados pela agência para monitorar políticos, jornalistas e ministros do STF.
As operações contra Carlos e Ramagem são uma continuação das investigações de uma operação iniciada em outubro do ano passado. Na época, a PF disse que a rede de telefonia brasileira teria sido invadida “reiteradas vezes”, com o uso do sistema de geolocalização da Abin adquirido com recursos públicos. O intuito seria espionar adversários políticos.
Da Redação