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Estado do Alabama, nos EUA, deve executar homem por asfixia com gás nitrogênio, método considerado cruel até para animais

A Associação Veterinária Americana deu conselho para que não se use gás nitrogênio em eutanásia de mamíferos, pois pode ser um método estressante

Kenneth Smith, um homem de 58 anos condenado à pena capital no estado do Alabama, nos Estados Unidos, pode ser asfixiado por gás nitrogênio, um método que nunca foi usado no país.

Segundo um texto da rede CBS, esse é um método que não passou por testes. O homem condenado vai usar uma máscara conecataca a um cilindro que vai expelir apenas gás nitrogênio. Sem oxigênio, a pessoa morre sufocada.

De acordo com a CBS, médicos e até veterinários são contrários a esse tipo de execução: a Associação Veterinária Americana deu conselho para que não se use gás nitrogênio em eutanásia de mamíferos, pois pode ser um método estressante. O único setor no qual há uso de gás nitrogênio em animais é com galinhas.

Kenneth Smith foi condenado por um assassinato encomendado que ele cometeu em 1988.

Os estados dos EUA têm tido dificuldade para conseguir os químicos usados nas injeções letais (esse é o protocolo mais comum para execuções). Os países europeus proibiram a indústria farmacêutica de vender esses produtos para serem usados em execuções.

Por isso, alguns estados estão retomando alguns métodos antigos de matar pessoas. Em alguns locais, foram empregados batalhões de tiro. Os estados do Alabama, Mississippi e Oklahoma retomaram execuções com gás.

O homem condenado processou o departamento prisional do Alabama por causa dos riscos envolvidos no uso de gás nitrogênio. Se o método falhar, ele pode ter um derrame ou ficar em um estado de paralisia.

Especialistas ligados à ONU afirmaram que essa seria a primeira vez, em qualquer lugar do mundo, que se usa um gás inerte para induzir uma asfixia e que isso viola tratados contra a tortura e tratamento cruel e desumano.

Não há garantia de morte indolor, disse juiz

O juiz R. Austin Huffaker, de Alabama, disse que a execução deve acontecer na semana do dia 21 de janeiro.

Ele afirmou em seu texto que Smith, o réu, não tem uma morte sem dor garantida, mas que no processo não ficou demonstrado o contrário, ou seja, que o método certamente ou provavelmente tem um grande risco ou causa grande dor.

Sobrevivente de uma execução

Já houve uma tentativa de executar Smith antes: em novembro de 2022, ele foi submetido à execução com injeção letal, mas não conseguiram inserir uma seringa na veia dela para introduzir o veneno. Só há duas pessoas vivas nos EUA que sobreviveram a uma tentativa de execução nos EUA, e ele é uma delas.

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