O motorista da caminhonete de onde partiram os tiros que assassinaram o promotor César Suárez, responsável por investigar a invasão à TC Televisión, no Equador, usou um jaleco do departamento de trânsito para enganar a vítima.
O que aconteceu
O uniforme serviu para os pistoleiros se aproximarem do promotor sem levantarem suspeita. O general Victor Herrera, chefe da polícia na região metropolitana de Guayaquil, fez essa avaliação sobre o crime durante entrevista à imprensa.
Ele informou que havia três pessoas na caminhonete — até o momento há somente dois presos. As investigações continuam para saber a motivação e os mandantes.
Foram feitos 18 disparos: 12 de arma longa e seis de arma curta. Com um dos suspeitos, foram encontrados um fuzil e duas pistolas. Também havia um jaleco do departamento de trânsito. O general disse se tratar de uniforme oficial da empresa responsável.
Herrera acrescentou que o exame de balística vai determinar se as armas apreendidas foram usadas no atentado. Ele não anunciou quanto tempo deve demorar para sair o resultado da perícia.
O promotor César Suárez foi morto na tarde de ontem em uma avenida de Guayaquil. Ele dirigia um SUV quando pistoleiros emparelharam uma caminhonete e abriram fogo.
Suárez estava à frente das investigações da invasão da TC Televisión. Na terça passada, funcionários da emissora ficaram sob a mira de armas. O crime desencadeou a reação da Presidência do Equador, que colocou as Forças Armadas nas ruas para combater as quadrilhas.
Carro foi encontrado queimado
O chefe de polícia disse que um criminoso segue foragido. Outros dois foram localizados pelos investigadores e estão presos.
A caminhonete utilizada no assassinato foi abandonada e queimada. Ela foi encontrada em uma área entre o local dos crimes e a cadeia de Guayaquil, de onde os detentos controlam o crime na cidade.
Depois de atear fogo no veículo, um dos criminosos usou um táxi para escapar. O carro e o motorista foram identificados. O outro fugiu em uma moto, também identificada.
A suspeita é que o atentado foi encomendado pelo grupo Chone Killers. Trata-se de uma das várias organizações criminosas que agem no Equador.
Promotor não estava com proteção policial
No momento do assassinato, o promotor estava sozinho no SUV. A situação despertou uma série de questionamentos sobre a falta de escolta num momento de extrema violência no país.
O general declarou que Suárez andava com proteção policial até 23 de maio do ano passado. Em abril do ano passado, ele teria recebido um aviso de que precisava pedir renovação, mas, segundo Herrera, não fez a solicitação.
De acordo com o chefe da polícia, ele costumava ser acompanhado por agentes para impedir tentativas de atentado. O homicídio ocorreu numa avenida movimentada, próxima a uma escritório da polícia no qual Suárez estivera menos de uma hora antes de morrer.