Leila Pereira queria fazer da primeira coletiva só com repórteres mulheres histórica.

Inteligente, ela sabia que só a presença feminina não bastaria.

Então, tratou de reservar uma notícia impactante, para ‘ninguém’ se esquecer da coletiva.

Não foi anunciado nenhum artilheiro, sonho de anos e anos do palmeirense.

Mas se tornou pública a notícia que alivia o torcedor por dois anos.

Com todo orgulho, revelou a renovação antecipada de contrato de Abel Ferreira.

Até dezembro de 2025.

“Renovamos o contrato com nosso treinador Abel Ferreira até o final de 2025.

“Era um desejo muito grande meu de manter esse treinador tão vencedor que está há tanto tempo conosco. É uma grande notícia para o nosso torcedor e para toda a instituição.

“Ele acredita na continuidade do nosso projeto e, esse ano, vamos continuar fortes, sempre lutando pelo maior número de títulos possíveis.

“Ganhar sempre é impossível, ma seremos protagonistas sempre, mantendo nosso elenco e dando segurança ao trabalho de todos os nossos profissionais.”

O acordo já estava encaminhado até antes das férias, assim que acabou o Brasileiro de 2023, no início de dezembro.

Leila queria que Abel ficasse até o último dia de seu mandato, 31 de dezembro de 2027.

Só que o treinador já avisou que não aceitaria um prazo tão longo.

Antes de ser mais efetivo na negociação, afirmou que ‘curtiria as férias, com a família e depois conversaria com Leila, assim que a temporada começasse para o Palmeiras’.

Abel queria ir para o Catar.

Ele tinha o convite da direção do Al-Sadd, clube que o desejava como treinador.

O técnico português foi para Doha, mas chegou à conclusão de que teria de começar um projeto quase inteiro. Porque o futebol catariano ainda é muito incipiente.

E ele sabia muito bem que o Palmeiras está classificado para o Mundial de 2025. 

Chance mais do que excepcional para outra vez mostrar o seu potencial como treinador para os gigantes europeus, onde sonha trabalhar.

“Não foi só pelo Mundial de 25, mas tenho certeza que pela estrutura, pelas pessoas, pelo nosso elenco, ele ficaria até 2025. Estou muito feliz e tenho certeza que o torcedor também”, comemorou Leila.

Houve um significativo aumento de salário e a multa rescisória do técnico foi aumentada.

A outra notícia importante da coletiva para as repórteres mulheres foi frustrante.

Apesar de ter prometido que igualaria a proposta de qualquer patrocínio, já que, além de presidente, é dona da empresa que patrocina o Palmeiras, ela fugiu da promessa.

Quando foi lembrada que o Corinthians fechou com uma casa de apostas por R$ 360 milhões, R$ 120 milhões por ano, e a Crefisa desembolsa, R$ 81 milhões fixos, pela camisa do Palmeiras, Leila recuou.

“Eu ratifico aqui. Está comprovado esse valor? Depositam esses valores na conta (do Corinthians)? Estou falando de fatos. Não quero falar de instituições. Muitas vezes aparecem empresas aqui no Palmeiras, oferecendo valores que quando peço para fazer uma verificação nas empresas, não têm capacidade econômica para arcar com os valores que estão no contrato.”

Leila confirmou que abrirá concorrência para empresas que desejem patrocinar o uniforme do Palmeiras, em dezembro de 2024.

O seu segundo mandato está mais do que garantido, até 2027.

Será ela e mais a Comissão de Orientação Fiscal, que também tem o controle, porque seus aliados são maioria, quem definirão o ‘novo patrocinador’ depois de dezembro deste ano.

O último assunto importante da coletiva foi Caio Paulista e a relação com o São Paulo.

“Sobre o Caio Paulista, não houve problema nenhum, o Julio Casares é um amigo, conheço de antes de ser presidente do São Paulo. O Caio estava no São Paulo, que tinha uma cláusula de opção de compra. Até esta data de opção, não fizemos contato. Quando o São Paulo não fez a opção de compra e é problema do São Paulo, o jogador ficou livre. Foi aí que a comissão técnica tinha interesse pelo atleta e foi nos oferecido o jogador e foi desta forma que ocorreu. Palmeiras não fez nada irregular.”

Sobre a contratação do ‘sonhado’ artilheiro, nenhuma palavra da presidente.

Por fim, Leila afirmou que o Palmeiras a ‘eternizou’.

“Muitos perguntam o que eu quero daqui a 50 anos. Vou estar velhinha, mas viva e esperta. Quero ser lembrada. O Palmeiras me tornou uma pessoa eterna. Todos que passaram por esta cadeira foram eternizados.

“Quero ser lembrada por uma dirigente, a primeira mulher presidente que geriu este clube de maneira profissional, dura, firme e vitoriosa. A nossa força não é bruta, como diz a música. Conseguimos um clube diferenciado e exemplo.”