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terça-feira, novembro 5, 2024
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HEDA reduz taxa de infecção de 83,3% para 7,2%

Educação contínua, implementação de bundles e higienização das mãos contribuem para a queda a densidade global de IRAS no HEDA e garantem a segurança dos pacientes

Pequenas ações são capazes de gerar grandes avanços quando há planejamento e compromisso. É o que está acontecendo no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde – HEDA. Nos últimos meses, a estratégia de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde – IRAS, tem gerado excelentes resultados.

Quando o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC) assumiu a gestão do HEDA, em junho de 2023, a densidade global de IRAS no hospital era de 83,3%. E após a adoção de medidas que visam garantir a segurança dos usuários da unidade, a taxa despencou para 7,2%, em novembro do mesmo ano.

E o que isso significa? Significa que os usuários sob os cuidados do HEDA têm menos chances de contrair alguma infecção, como pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), infecção do trato urinário (ITU) e infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), consideradas as mais comuns.

Todo esse avanço começou com a implementação dos bundles, que podem ser entendidos como pacote ou conjunto de boas práticas para oferecer o melhor atendimento e segurança possível ao usuário. Dentre essas práticas, a principal é a higienização das mãos.

“O bundle é como um checklist de cuidados diários, mas vai muito além disso. Nesse documento existe todo um passo a passo que o profissional de saúde deve cumprir”, afirma Kleniane Freitas, coordenadora do SCIRAS – Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde do HEDA. “É algo que o hospital tentava implantar desde quando o SCIRAS foi criado, mas a equipe só passou a seguir à risca mesmo quando o ISAC assumiu e trouxe sua política, e ao perceber que a nova gestão estaria mais presente e com subsídios”, comenta.

Ainda segundo Kleniane, o HEDA sempre apresentou números bastante acentuados em relação às IRAS. Agora, com educação continuada e planejamento elaborados pelo Instituto, juntamente com a regulamentação do Adorno Zero implementada nas unidades, a realidade do hospital tem mudado para melhor, beneficiando os usuários do Sistema Único de Saúde – SUS.

Saúde que começa pelas mãos

“Quando um profissional de saúde ingressa no HEDA, passa por um treinamento para que, diariamente, quando for fazer os cuidados do paciente, aplique o bundle”, enfatiza Kleniane Freitas. “Além disso, tem a higienização das mãos, que serve para tudo. Se você desenvolve a cultura de higienizar as mãos, você consegue a diminuição das taxas”, acrescenta.

E essa cultura de lavar as mãos, defendida pela coordenadora Kleniane Freitas, tem motivo e história. Surgiu em 1848, quando o médico húngaro Ignaz Semmelweis se dedicou a entender o porquê das elevadas taxas de infecção e mortalidade no pós-parto, até descobrir a relação entre as autópsias feitas por médicos que também realizavam partos.

Ignaz percebeu que um médico do Hospital Geral de Viena, na Áustria, apresentava os mesmos sintomas da “febre do parto” após ter se cortado enquanto fazia uma autópsia. Então, passou a ordenar que a equipe lavasse as mãos antes de realizar os partos e, em poucos meses, a mortalidade das mães após o parto caiu de 18% para 1%. Isso tudo em uma época em que a descoberta dos microrganismos ainda não havia acontecido.

“Eu parabenizo os colaboradores, pois são eles que fazem o serviço, e pela expressiva adesão deles. São profissionais que abraçaram a causa e que também ficam muito felizes em saber que o serviço está funcionando, que estão conseguindo bater uma meta que é de todos, que é a prevenção e cuidado ao paciente”, conclui Kleniane Freitas.

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