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Morre no Rio o empresário Jacob Barata, o “rei dos ônibus”, aos 91 anos

O empresário de transportes Jacob Barata, o “rei dos ônibus”, morreu na manhã de hoje aos 91 anos no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Barata estava internado no Hospital Copa Star. O óbito foi confirmado pelo hospital, mas a causa da morte não foi divulgada.

O empresário foi dono de um império de companhias do Grupo Guanabara. O grupo empresarial é um dos maiores conglomerados de transporte de passageiros do Brasil, com mais de 20 empresas que fazem transporte urbano, intermunicipal e interestadual em ao menos oito estados. Só no Rio, a família Barata controla 11 empresas.

Natural de Belém, o empresário nasceu em 13 de agosto de 1932. Ele passou a infância na capital do Pará, mas viveu parte da adolescência no Rio. Ele trabalhou como bancário e vendedor de joias antes começar a trabalhar com vans aos 18 anos.

Cinco anos depois, em 1955, ele abriu com três sócios a Viação Elizabeth. Em seguida, fundou a Viação Rosane, até que aumentou seus investimentos criando o Grupo Guanabara.

Filho vira alvo da Lava Jato

O empresário Jacob Barata Filho, em foto de 2013 Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

Filho do empresário foi alvo de denúncia do MPF sobre esquema de propina. Em depoimento à Lava Jato em 2018, Jacob Barata Filho confirmou o pagamento de até R$ 145 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, por meio da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), entre os anos de 2010 e 2016.

O STF arquivou a denúncia em 2021. A Segunda Turma aceitou orientação do relator, ministro Gilmar Mendes, e considerou inepta a denúncia por evasão de divisas após tentativa do empresário de sair do Brasil com cerca de R$ 40 mil em moeda estrangeira.

“Máfia dos ônibus”

A denúncia contra Barata Filho acabou respingando no pai. Na ocasião, dizia-se que a justiça finalmente chegaria à família, sempre acusada de liderar uma máfia de ônibus no Rio —acusação sempre rejeitada pelos Barata.

Sobrou até para a neta do empresário, Beatriz Barata. Em 2013, seu avô foi alvo de protestos durante o casamento de Beatriz, quando cerca de 200 pessoas se reuniram em frente ao Copacabana Palace —onde acontecia a festa— para exigir uma CPI dos Transportes para enquadrar os Barata.

Em agosto do mesmo ano, ocorreu a primeira sessão da CPI dos Ônibus. O alvo principal dos manifestantes que tomaram a Câmara Municipal era Barata pai, ainda no comando das empresas.

Antes da sessão, os manifestantes fizeram uma “desbataratização” em frente à Câmara, no centro. No lado interno, eles seguravam cartazes exibindo baratas gigantes. Alguns chegaram a se vestir com fantasias de barata.

A segurança foi reforçada, mas uma briga tomou a galeria do plenário. A sessão acabou suspensa com manifestantes conduzidos para uma delegacia.

Naquela sessão, o então presidente da Rio Ônibus negou que Jacob Barata controlava o sistema na cidade. “Não é verdade. A família tem 11,28% dessa participação. Ele [Barata pai] tem 4,6%. Quem detém 4% ou 11% não controla o sistema”, afirmou Lélis Marcos.

CPI termina em pizza

A CPI acabou suspensa. A Justiça interrompeu os trabalhos depois que a oposição questionou a composição da CPI.

A comissão não obedecia a proporcionalidade de partidos estabelecida pela Casa. Somente dois dos seis integrantes não faziam parte da base aliada do então prefeito Eduardo Paes (MDB). Até hoje, a CPI não foi retomada.

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