O Brasil é formado por 92.083.286 pessoas pardas, 88.252.121 brancas, 20.656.458 pretas, 1.694.836 indígenas e 850.130 amarelas, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez na história da pesquisa, o Brasil se declara mais branco que pardo.
O dado revela um crescimento de pessoas que se declaram pardas e pretas e uma redução no número de brancos. Na comparação com o Censo de 2010, a pesquisa mostra que o número de pessoas que se consideram indígenas cresceu 89%, pretas 42,3% e pardas 11,9%. Em queda nos últimos dez anos, a população branca teve redução de 3,1%, enquanto a amarela teve queda de 59,2%.
Percentualmente, os pardos representam 45,3% da população brasileira, com o maior peso relativo, os brancos 43,5%, pretos 10,2%, indígenas 0,8% e amarelos 0,4%. Desde o levantamento de 2010, a população branca deixou de ser predominante no Brasil.
Segundo Leonardo Athias, analista do IBGE, as mudanças nos percentuais das categorias de cor ou raça têm caráter multidimensional, ou seja, várias explicações. “São vários fatores que explicam essas variações. Podem ser demográficos, de migração, de identificação, de condições de vida, de serviços, entre outras”, explica.
Assim como em 2010, o Censo de 2022 investigou a cor ou raça na totalidade da população brasileira. Em 1980, 1991 e 2000, o quesito era apenas de um questionário de amostra, ou seja, não era estendida para todos os residentes do Brasil.
A quantidade de ausência de declaração na pergunta de cor ou raça em 2022 foi abaixo de 0,005%, o que corresponde a 11.119 pessoas. As análises de distribuição relativa da população por cor ou raça têm como universo 203.069.637 pessoas, ou seja, não levam em consideração aquelas sem declaração.
Sul concentra maior número de brancos; Pardos e pretos predominam no Nordeste
A região Sul concentra o maior percentual de população branca, representando 72,6% do total, seguida do Sudeste, com 49,9%. O restante das regiões do país tem um peso abaixo da média nacional de 43,5% – Centro-Oeste tem 37% de brancos, Nordeste 26,7% e Norte 20,7%.
As regiões Nordeste e Sudeste concentram juntas 71,1% da população parda do país, com 35,4% e 35,7% cada, respectivamente. As menores concentrações da população parda encontram-se no Sul com 7,1% da população parda, seguida da Centro-Oeste com 9,3% e da Região Norte com 12,7%.
A região com maior concentração de população preta é o Nordeste, com 13%, seguida do Sudeste, com 10,6%, ambas acima da média nacional, que é de 10,2%. O Sul apresenta percentual de preto em sua população residente, com 5%, seguida do Norte, com 8,8% e do Centro-Oeste, com 9,1%.
A população amarela mostrou a maior proporção na população residente na Região Sudeste, com 0,7%, seguida pelas Regiões Sul e Centro-Oeste, ambas com 0,4%, mesmo peso nacional. A menor proporção encontrava-se no Nordeste, com 0,1%, seguida pela Região Norte, com 0,2%.
Analisando o total de pessoas indígenas, ou seja, considerando a soma dos declarados pelos quesitos de cor ou raça e se considera indígena, verifica-se que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm peso relativo de população indígena na sua população residente acima do peso nacional de 0,8%, com 4,3%, 1,2% e 1% respectivamente. O Sudeste destacava-se pelo menor peso relativo, com 0,1%, seguido do Sul, com 0,3%.