O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, usou as redes sociais para pressionar a Guiana, neste sábado (9), sobre a anexação da região de Essequibo e afirmou que os dois países precisam sentar para conversar.
“A Guiana e a ExxonMobil terão que sentar e conversar conosco, o Governo da República Bolivariana da Venezuela. De coração e alma, queremos paz e compreensão”, publicou Maduro em sua conta oficial no X, ex-Twitter.
A empresa americana ExxonMobil explora petróleo na área reivindicada por Caracas. A presença de estrangeiros é criticada por Maduro, que entende que é uma tentativa do governo dos EUA de aumentar sua influência na região.
“Optamos pelo diálogo direto com a Guiana, mas as suas autoridades revogaram o Acordo de Genebra e começaram a dividir o nosso mar, ameaçando construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA”, afirmou o líder venezuelano
A Venezuela argumenta que o rio Essequibo é a fronteira natural com a Guiana, como em 1777, quando era Capitania Geral do Império Espanhol. O país apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabeleceu as bases para uma solução negociada e anulou uma decisão de 1899, que definiu os limites atuais.
Além de usar a geografia local para justificar uma atualização no mapa da Venezuela, Maduro apoia a anexação em uma “vontade do povo”. No último domingo (3), um referendo mostrou que os venezuelanos aprovam a criação do estado da Guiana Essequiba e, portanto, concordam com a expansão da fronteira. O “sim” teve 95% dos votos dos eleitores do país.
“Não contaram com a nossa astúcia, o Povo saiu em defesa da Guiana Essequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!” escreveu Maduro.
Na sexta-feira (8), o líder venezuelano assinou um decreto para a criação do novo estado. Nesta semana, ele também ordenou licenças para a exploração de recursos minerais no território vizinho.