Com a provável aprovação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia diversos nomes para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Há ainda outro debate posto na mesa: se mantém as áreas juntas ou se as separa. Por enquanto, o chefe de Estado não bateu o martelo sobre nenhuma das questões.
A sabatina de Dino no Senado está marcada para quarta-feira (13). O titular não deve enfrentar resistências fora da oposição. A estimativa é que o futuro ministro assuma o cargo na mais alta Corte do país em fevereiro de 2024. Enquanto isso, o maranhense deve permanecer à frente da pasta do governo.
Segundo pessoas próximas, Lula quer alguém de confiança para suceder a Dino no cargo. O ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski, apesar de declarar que não foi consultado nem recebeu convite oficial até o momento, é visto como favorito para o posto. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também é avaliada.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, que também era cotado para o STF, é outro nome avaliado pelo petista, assim como Marco Aurélio de Carvalho, advogado coordenador do grupo Prerrogativas. Esse último, aliás, fez um jantar na capital paulista e convidou o presidente e a primeira-dama, que negaram o convite em virtude da Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro.
Em eventual divisão do ministério, a pasta de Segurança Pública tem como cotados o atual secretário-executivo, Ricardo Cappelli, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Outro nome posto na mesa de Lula é da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A paranaense, porém, diz que é melhor permanecer à frente do partido, em que pode contribuir mais, com vistas às eleições de 2024.
Lula tem a intenção de fazer uma reforma do primeiro escalão no início de 2024. Entre os nomes que podem ser alterados estão Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Jean Paul Prates (Petrobras). Caso o petista indique Gleisi para alguma das pastas, abre-se a sucessão no comando do PT. Possíveis nomes apontados são Márcio Macêdo, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e Emídio de Souza, deputado estadual de São Paulo.
A possibilidade de divisão entre Justiça e Segurança Pública foi defendida por Lula em outubro do ano passado e chegou a ser avaliada durante a transição de governo. O debate sobre o arranjo voltou à tona com a indicação de Dino.