O empresário e ex-deputado Daniel Noboa, de 35 anos, realizou o sonho de seu pai e se tornou o presidente mais jovem da história do Equador. Após uma das campanhas mais conturbadas do país, com eleições antecipadas e um presidenciável assassinado, o liberal venceu o segundo turno neste domingo (15).
Com mais de 90% das urnas apuradas, ele contabilizou 52% dos votos válidos, contra 48% de Luisa González, candidata de esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa, que comandou a nação por uma década de 2007 a 2017 e hoje está asilado na Bélgica após ser condenado por corrupção, se dizendo perseguido.
“Hoje fizemos história, as famílias equatorianas escolheram o Novo Equador, escolheram um país com segurança e emprego. Vamos em direção a um país de realidades, onde as promessas não fiquem apenas na campanha e a corrupção seja punida”, escreveu Noboa nas redes sociais após o resultado ser confirmado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
O presidente eleito é filho do “magnata das bananas” Álvaro Noboa, empresário e político que já concorreu ao cargo cinco vezes, três delas contra Correa. A Folha mostrou nesta quinta (12) que ele herdou do pai ao menos duas empresas em paraíso fiscal, o que é proibido pela lei equatoriana, mas isso não o impediu de competir.
Este será o terceiro governo seguido de direita ou centro-direita no Equador, depois dos dez anos de correísmo. Antes vieram Lenín Moreno (2017-2021) —que foi vice de Correa porém rompeu os laços logo após chegar à Presidência— e o atual presidente e ex-banqueiro Guillermo Lasso.
Até o primeiro turno, o empresário era uma figura relativamente desconhecida. Seu bom desempenho no debate presidencial prévio, porém, o fez ultrapassar os adversários de direita e centro-direita e conquistar o segundo lugar atrás de Luisa González. Agora, ele angariou grande parte dos votos dos candidatos que ficaram pelo caminho e também do anticorreísmo, segundo analistas.
Noboa nasceu em Guayaquil, cidade mais populosa do país, e construiu boa parte de sua carreira no setor privado. Se formou em administração de empresas na Universidade de Nova York e cursou três mestrados nos Estados Unidos, incluindo em Harvard.
Fundou sua própria empresa de eventos aos 18 anos e, mais tarde, foi trabalhar no conglomerado do pai, que atua no atacado de importações e exportações em diversos setores, até chegar ao posto de diretor comercial. Em 2021 foi eleito deputado federal, tendo uma atuação discreta.
Com informações da Folhapress