A defesa dos três suspeitos de ter fendido o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e agredido o filho dele no aeroporto de Roma, em julho, anexou ao processo um vídeo que mostra parte da discussão. Na gravação, de nove segundos, há a voz de alguém que questiona se o ministro o estava ameaçando. Moraes e o filho dele seguem para a sala VIP do aeroporto. O ministro então se volta e diz, supostamente se referindo à pessoa que o questionava: “Bandido”.
No processo, a defesa dos suspeitos, os empresários Roberto Mantovani Filho, Andréia Mantovani e Alex Zanatta, alega que esse teria sido o único momento em que o ministro se encontrava próximo dos investigados e que nenhuma ofensa foi direcionada a ele ou ao filho. O R7 procurou o ministro para comentar as alegações da defesa, mas ainda não teve retorno.
“Também, fica muito evidente por meio dessas imagens que o ministro Alexandre em momento algum teve o seu deslocamento impedido ou foi por qualquer deles perseguido. Ao contrário, percebe-se que o objetivo da presença do ministro foi no sentido de retirar seu filho daquele local, o qual insistia em proferir ofensas à Andréia Murarão”, diz um trecho da defesa no processo.
Alexandre de Moraes estava com a família na Itália, onde deu uma palestra na Universidade de Siena, no Fórum Internacional de Direito. Os brasileiros o encontraram no aeroporto e teriam hostilizado o ministro e sua família com xingamentos e ofensas, no dia 14 de julho. Um deles teria agredido fisicamente o filho de Moraes, Alexandre Barci. Moraes conduziu o TSE durante as eleições de 2022 e é relator dos inquéritos sobre os ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes.
Os três brasileiros foram abordados pela PF no desembarque no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os suspeitos estão sendo processados pelo ministro. Segundo o Código Penal, os crimes praticados por brasileiros no exterior ficam sujeitos à lei brasileira.
Moraes, a mulher dele e os três filhos do casal depuseram à Polícia Federal no dia 24 de julho. No depoimento, o ministro reafirmou as ofensas que ele e a família supostamente receberam dos suspeitos e teria relatado uma agressão a um dos filhos.
Nesta quarta-feira (4), o ministro do STF Dias Toffoli prorrogou o inquérito sobre as supostas ofensas ao ministro e retirou o sigilo da ação, mas não liberou os vídeos enviados pelo aeroporto de Roma ao Brasil.