A Justiça Federal do Rio negou o pedido de prisão dos três agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) envolvidos na morte da menina Heloisa Silva, de 3 anos, na capital fluminense. Na mesma decisão, o juiz da 1ª Vara Federal Criminal determinou que os policiais usem tornozeleira eletrônica.
Os agentes vão continuar afastados de suas funções e deverão entregar suas armas.
A decisão também determina a eles o recolhimento noturno e durante as folgas, exceto quando for autorizado o comparecimento ao trabalho ou em outros casos excepcionais.
O trio ainda está proibido de se aproximar dos familiares da vítima.
O corpo de Heloisa foi sepultado em Petrópolis, na região serrana, no domingo (17). A menina morreu no último sábado (16), após ter ficado nove dias internada no hospital em estado grave.
A criança foi atingida na cabeça e na coluna cervical em uma ação da PRF, no Arco Metropolitano, no feriado do dia 7 de setembro.
Segundo o pai da menina, não houve abordagem. Ele percebeu que estava sendo seguindo pela viatura da corporação e parou o veículo. Antes de ele descer, os tiros foram disparados.
Segundo as investigações, o carro em que a família estava era roubado. Ainda de acordo com o pai, ele comprou o veículo de uma pessoa próxima e não tinha ciência da situação do automóvel.
No momento em que a menina passava por procedimentos no hospital, 28 policiais estiveram na unidade de saúde e vasculharam o carro da família, segundo uma testemunha, que teria sido intimidada por um deles.
A PRF e o MPF (Ministério Público Federal) apuram o caso.
Outro agente da PRF está sendo investigado por ter entrado no hospital onde Heloísa estava internada. O policial à paisana foi flagrado em imagens do circuito interno da unidade, no corredor da emergência pediátrica, no último sábado (9).
Ele não conseguiu ter acesso à UTI, onde estava a criança. Ainda não se sabe o motivo da ida dele à unidade de saúde.
De acordo com informações obtidas pela Record TV, o agente chegou a ser afastado da instituição por problemas disciplinares, em 2009. Ele foi reintegrado 11 anos depois, numa decisão do então ministro da Justiça Sergio Moro.