O candidato da direita, Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza –que reúne 4 partidos–, foi o candidato com maior percentual de votos nas eleições primárias para a disputa à Presidência na Argentina em 22 de outubro. Com 97,39% das urnas apuradas até às 5h52 desta segunda-feira (14), ele tinha 30,04% dos votos.
A adesão dos eleitores foi de 68,5% –1,5% acima da anterior, em 2021, quando houve comparecimento de 67%. O recorde foi em 2011, quando 78,66% dos aptos a votar foram às urnas.
Foram registrados contratempos em Buenos Aires por causa do sistema misto de votação. A Argentina usa tanto cédulas físicas quanto urnas eletrônicas. As seções eleitorais na cidade ficaram abertas até 19h30. No restante do país, terminou às 18h.
O jornal argentino Clarín informou que a liderança de Javier Milei “surpreendeu o país inteiro”. Na última pesquisa de intenção de voto do Opina Argentina, realizada de 25 de julho a 2 de agosto, Javir Milei tinha 20% das intenções, atrás de Sergio Massa, que registrava 28%.
“Estamos em condições de vencer a raça na primeira rodada”, disse Milei, comemorando a vitória da sua coalização.
JAVIER MILEI & ECONOMIA
O país enfrenta uma crise econômica com a inflação alcançando, em junho, seu maior patamar em mais de 30 anos (115,6%). Nesse cenário, alguns dos maiores problemas do país –como a desvalorização do peso, o aumento nos preços e o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional)– são centrais nas pautas de cada candidato nas primárias.
Usando o lema “contra a casta política” e apresentando-se como “diferente de tudo que está aí”, o economista liberal da direita Argentina, Javier Milei, cresceu nas pesquisas para as eleições presidenciais de 2023, chegando a liderar o 1º turno com cerca de 29% das intenções de voto, de acordo com o Celag (Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica).
Entre suas principais propostas de campanha, Milei defende a dolarização argentina como solução para a alta inflação no país. “Acabar com a inflação não é um problema técnico: é o problema mais fácil de todos. O problema mais complicado é o crescimento econômico. Você começou o século 20 com um país que era o mais rico do mundo e hoje é o 140º”, disse o economista em entrevista ao El País em julho.
Diante da insatisfação política e econômica, Milei propõe um plano para possibilitar “um forte corte nos gastos públicos”. O projeto inclui a privatização de empresas estatais de forma similar à política observada na década de 1990 e desfeita pelo ex-presidente Néstor Kirchner. Milei também afirma que pretende reduzir os gastos do governo a 10% do PIB em seu 1º ano de mandato.