Morreu na terça-feira (4) José Wilson Siqueira Campos, 94, que governou o Tocantins por quatro mandatos. O político estava internado devido a uma infecção generalizada desde quinta-feira (29), em um hospital particular em Palmas (TO).
A morte foi confirmada por Eduardo Siqueira Campos, seu filho. Chamando o político de “sr. Tocantins”, Eduardo disse em rede social que o pai “partiu sereno”.
Siqueira nasceu na cidade de Crato (CE) e começou sua carreira política como vereador no município de Colinas do Tocantins, à época pertencente a Goiás. Foi deputado federal por quatro mandatos (pelos partidos Arena, PDS e PDC) e governador do Tocantins também por quatro vezes. Sua última gestão foi de 2011 a 2014, pelo PSDB.
O político ficou conhecido como o responsável pela criação do estado do Tocantins. Em junho de 1987, Siqueira, então deputado federal e relator da subcomissão dos estados da Assembleia Nacional Constituinte, redigiu e entregou ao deputado Ulysses Guimarães a fusão de emendas, que contava com mais de 100 mil assinaturas, solicitando a criação do Tocantins.
Na época, o território fazia parte do estado de Goiás. Siqueira chegou a fazer greve de fome de 98 horas em favor da causa separatista. Seu nome é mencionado até no hino estadual.
O político foi o primeiro a assumir o comando do governo do então recém-criado estado e se manteve influente mesmo fora do cargo. Em 1989, assinou a fundação de Palmas, hoje capital.
Em julho de 2019, Siqueira, então com 91 anos, tornou-se o parlamentar mais velho a tomar posse no Senado desde 1983. Na época no DEM, ele assumiu temporariamente a vaga do senador Eduardo Gomes até agosto do mesmo ano.
O atual governador do estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), lamentou a morte do político e afirmou admirá-lo. “Além de sua importância histórica como um líder político, destaco sua empatia, sua capacidade de ouvir e compreender as necessidades do povo tocantinense”, disse em nota.
Foi decretado luto oficial de 7 dias no Tocantins, e criado ponto facultativo para esta quarta-feira (5).
Fonte: Folhapress
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