O Copom (Comitê de Política Monetária) optou por manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro, que aposta na redução de juros a partir de 2 de agosto, na próxima reunião do colegiado.
A decisão foi publicada nesta quarta- feira (21) pelo BC (Banco Central). Foi unânime. A autoridade monetária tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, é o maior criticado por pessoas próximas ao presidente. Ele critica a politização dos comunicados que, segundo o economista, são técnicos. Campos Neto disse que esperava um Banco Central “reconhecido” por subir juros nas eleições. Cobrou respeito à “integridade técnica” da autoridade monetária.
A taxa básica, a Selic, está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Ou seja, são mais de 10 meses neste nível. Os juros estão em patamar restritivo para segurar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país.
A inflação anual do Brasil tem caído. A taxa foi de 3,94% no acumulado de 12 meses até maio, último dado disponível do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA desacelerou por 11 meses seguidos.
Agentes do mercado financeiro apostam que a inflação voltará a subir no 2º semestre e atingirá 5,12% em 2023. O patamar é superior à meta do CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25% para 2023.
O BC descumpriu as metas de inflação em 2021 e em 2022. Em janeiro, a autoridade monetária precisou divulgar uma carta pública com explicações. Relembre a trajetória de inflação nos últimos 2 anos:
2021 – a meta era de 3,75% (com intervalo de tolerância de 2,25% a 5,25%), mas taxa foi de 10,06%;
2022 – a meta era de 3,5% (com intervalo de tolerância de 2% a 5%).
As estimativas mais recentes divulgadas na 2ª feira (19.jun.2023) mostram que o IPCA terá alta de 5,12% em 2023. As projeções são do Boletim Focus.
Da Redação