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Acordo com setor privado abre oportunidades de emprego para inscritos do Cadastro Único no Norte e no Nordeste

ACT assinado em São Luís entre o MDS e o Grupo Mateus vai destinar 10% das vagas da rede varejista ao público dos programas sociais do Governo Federal

Elaine Cristine Rodrigues, 34 anos, estava há cinco anos sem conseguir trabalho e vivendo apenas com o suporte do Bolsa Família. Nesta quinta-feira (25.05), ela devolveu o cartão do programa social e recebeu a carteira de trabalho assinada em São Luís (MA).

 

Um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Grupo Mateus permitiu que Elaine, mãe de dois filhos, fosse contratada pela empresa e entrasse de vez na rota de emancipação social por meio do emprego formal.

O acordo com a rede varejista, assinado pelo ministro Wellington Dias, vai reservar 10% das vagas da rede de supermercados para as pessoas inscritas no Cadastro Único, com idades a partir de 18 anos. Além de viabilizar oportunidades de aumento e manutenção da renda entre os beneficiários das políticas públicas, a parceria vai permitir que a empresa tenha acesso a talentos muitas vezes invisibilizados pela exclusão social.

“O Grupo Mateus aceitou o desafio de olhar para as pessoas que estão no Cadastro Único. São pessoas que querem apenas uma oportunidade. Hoje estamos aqui para abrir oportunidades para as pessoas que querem trabalhar, querem empreender. Esse é o caminho para uma economia segura”, destacou o ministro.

Nesta quinta-feira, 13 pessoas foram contratadas pelo grupo. São pessoas que, agora com salário e direitos trabalhistas garantidos, abrem espaço para outras famílias entrarem no programa de transferência de renda. “Sonho acordado com cada vitória dentro do desafio de dar oportunidades a mais e mais famílias, de um emprego ou um negócio que possa gerar renda, para que não precisem mais receber o Bolsa Família”, completou Wellington Dias.
Para o fundador e presidente do conselho do Grupo Mateus, Ilson Mateus, a assinatura do acordo reforça o compromisso da união entre os poderes público e privado em prol do crescimento do país.

“É motivo de orgulho fazer parte de um projeto dessa magnitude. Somos uma empresa que já tem 50 mil funcionários, e vamos contratar mais oito mil colaboradores neste ano em todo Nordeste”, destacou. “Somos do Brasil e queremos que o país cresça, porque somos um país rico, uma potência em produção de alimentos e queremos que o Brasil seja um dos países mais fortes na economia do mundo”, acrescentou.

O Grupo Mateus atua no varejo de supermercados, atacarejo, atacado, móveis e eletrodomésticos, e-commerce, indústria de panificação e central de fatiamento. A rede está presente em 93 cidades, com 238 lojas nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Ceará, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Paraíba.

Por meio da realização de processos seletivos, a empresa vai apoiar a inserção de pessoas no mercado de trabalho, priorizando mulheres negras e outros grupos em situação de vulnerabilidade. É o caso de Mateus Lucas Alves Veloso. Ele tinha seis anos quando a mãe começou a receber o Bolsa Família. Hoje aos 19 anos, garantiu seu primeiro emprego a partir da parceria com o Grupo Mateus. “É uma oportunidade grande de crescer. A gente não deseja permanecer no mesmo lugar, sempre quer almejar o melhor. Agradeço muito pela oportunidade”, disse o jovem.

A cerimônia em São Luís contou também com a presença do governador do Maranhão, Carlos Orleans Brandão Junior. “Esse programa é exatamente a substituição do cartão do Bolsa Família pela carteira assinada. Uma marca do governo Lula. Eu acho que hoje é uma data histórica. O Brasil começa a mudar de cara, o Brasil começa a ter um programa de geração de emprego e de renda e, acima de tudo, de oportunidade”, frisou.

Meta

De acordo com o ministro Wellington Dias, a meta é, com acordos semelhantes, chegar a um milhão de beneficiários do Bolsa Família no setor privado, nas mais diferentes áreas. “Vamos pactuar com os vários setores da economia. A meta é transferir as pessoas da pobreza para o emprego. O presidente Lula quer que, além de cuidarmos dos mais pobres, possamos abrir oportunidades de emprego e de empreendedorismo”, apontou o ministro.

Para promover a inclusão socioeconômica das famílias, o MDS criou uma secretaria própria que tem se articulado com a sociedade civil e com órgãos públicos e privados. A ideia é integrar ações e captar vagas para a qualificação e para a inserção no mundo do trabalho das pessoas em situação de vulnerabilidade social e sem acesso a renda.

“O ministério também se preocupa em alavancar a renda das pessoas para, no futuro, elas saírem do Bolsa Família e entrarem no mercado de trabalho. O objetivo é promover a emancipação socioeconômica”, destacou o secretário nacional de Inclusão Socioeconômica do MDS, Luiz Carlos Everton.

Em outra ponta, a pasta trabalha com a rede financeira do país para a criação de um fundo que sirva como garantia para a concessão de crédito a pessoas que desejam empreender, mas que não têm renda nem patrimônio suficientes.

“Alguém quer montar uma lanchonete, quer abrir um mercadinho, quer produzir melancia, quer criar galinha, vender ovos, ou seja, ter um crédito barato, porque não tem patrimônio nem renda. O fundo é a garantia. Estamos pactuando com a rede bancária para, rapidamente, apresentarmos ao presidente Lula e levarmos ao Brasil”, antecipou o ministro Wellington Dias.

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